Publicidade
Publicidade
14/05/2007
-
19h49
da Folha Online
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje que não vai mandar nenhum projeto sobre a legalização do aborto para o Congresso. Segundo ele, esse assunto e outros considerados polêmicos --como pesquisas com células-tronco embrionárias-- têm que ser discutidos pelos parlamentares.
"Discutir temas que não estão na ordem do dia para serem discutidos, que têm divergências, como pena de morte, como aborto, como célula-tronco, na medida certa e no tempo certo, os congressistas vão se acertando e vão aprovando as coisas", disse ele em Jundiaí (60 km a noroeste de São Paulo).
O presidente afirmou ainda que disse ao papa Bento 16 no encontro da semana passada que o país manterá o caráter de Estado laico --desvinculado da igreja. "O Brasil é um estado laico. Isso é da Constituição. O que eu quero ter como imagem é que a passagem do papa aqui pelo Brasil foi uma coisa extraordinária."
Lula participou hoje da inauguração de novas instalações da Siemens, em Jundiaí.
A visita do papa Bento 16 ao Brasil reacendeu no Congresso Nacional a discussão sobre a legalização do aborto. Na oposição, os partidos divergem sobre o tema. O PPS divulgou nota para defender a descriminalização do aborto no país, enquanto o DEM (ex-PFL) manifestou nesta segunda-feira posição contrária à prática.
O PPS critica, na nota, a ameaça do Vaticano de excomungar políticos favoráveis ao aborto. "Se é o ato da excomunhão um direito inquestionável da igreja, é simbolicamente, nesse contexto, uma interferência indevida da religião em assuntos do Estado", diz a nota.
O PPS defende a postura do ministro José Gomes Temporão (Saúde) e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de considerar o aborto uma questão de saúde pública. "O governo brasileiro tem assumido posição corajosa, e a nosso ver correta, ao mostrar os perigos do aborto ilegal e clandestino, e se declarar publicamente a favor do debate sobre a legalização do procedimento."
O DEM é contrário à legalização do aborto. O partido afirma, em seu blog, que "os democratas são contra o aborto e a favor da vida, sempre".
Após a visita do papa, o DEM se mostrou disposto a "enfrentar o governo Lula e o PT no Congresso na votação contra qualquer proposta de legalização do aborto".
O senador Heráclito Fortes (DEM-PI) disse que, apesar da posição manifestada pelo DEM em seu blog, a discussão sobre a legalização do aborto não é questão fechada no partido. "Isso é uma questão da consciência de cada um. O ministro Temporão propôs uma discussão e não se posicionou contra ou a favor", disse.
O PSDB não firmou posição oficial em relação ao tema. O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), disse em discurso no plenário do Senado que o país precisa encarar o aborto de forma "realista". Virgílio criticou o recuo do ministro Temporão no debate sobre a descriminalização do aborto.
"Estranhei sobremaneira o ministro Temporão, que é uma figura que me parece competente, capaz de exercer um bom Ministério da Saúde, ter dito que forças superiores lhe disseram para não falar mais sobre o tema", afirmou.
Católico praticante, Virgílio defendeu a discussão do tema mesmo com a ameaça do Vaticano de excomungar políticos favoráveis à prática. "Eu não teria como deixar de marcar a minha posição nesse episódio e não há nenhuma contradição com a minha fé católica profunda. Não me sinto obrigado a me enquadrar nesses dogmas."
Leia mais
No Brasil, papa mostra carisma sem deixar de lado discurso conservador
Bispo d. Celso diz que palavras de Bento 16 "são como um beijo"
Na despedida, papa diz que viveu momentos inesquecíveis no Brasil
Bento 16 critica marxismo, capitalismo e governos autoritários
Livros contam história de frei Galvão, Nossa Senhora e outros santos
Especial
Leia mais sobre a visita de Bento 16
Leia cobertura completa da visita do papa ao Brasil
Lula diz que não enviará projeto sobre aborto ao Congresso
Publicidade
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje que não vai mandar nenhum projeto sobre a legalização do aborto para o Congresso. Segundo ele, esse assunto e outros considerados polêmicos --como pesquisas com células-tronco embrionárias-- têm que ser discutidos pelos parlamentares.
"Discutir temas que não estão na ordem do dia para serem discutidos, que têm divergências, como pena de morte, como aborto, como célula-tronco, na medida certa e no tempo certo, os congressistas vão se acertando e vão aprovando as coisas", disse ele em Jundiaí (60 km a noroeste de São Paulo).
O presidente afirmou ainda que disse ao papa Bento 16 no encontro da semana passada que o país manterá o caráter de Estado laico --desvinculado da igreja. "O Brasil é um estado laico. Isso é da Constituição. O que eu quero ter como imagem é que a passagem do papa aqui pelo Brasil foi uma coisa extraordinária."
Lula participou hoje da inauguração de novas instalações da Siemens, em Jundiaí.
A visita do papa Bento 16 ao Brasil reacendeu no Congresso Nacional a discussão sobre a legalização do aborto. Na oposição, os partidos divergem sobre o tema. O PPS divulgou nota para defender a descriminalização do aborto no país, enquanto o DEM (ex-PFL) manifestou nesta segunda-feira posição contrária à prática.
O PPS critica, na nota, a ameaça do Vaticano de excomungar políticos favoráveis ao aborto. "Se é o ato da excomunhão um direito inquestionável da igreja, é simbolicamente, nesse contexto, uma interferência indevida da religião em assuntos do Estado", diz a nota.
O PPS defende a postura do ministro José Gomes Temporão (Saúde) e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de considerar o aborto uma questão de saúde pública. "O governo brasileiro tem assumido posição corajosa, e a nosso ver correta, ao mostrar os perigos do aborto ilegal e clandestino, e se declarar publicamente a favor do debate sobre a legalização do procedimento."
O DEM é contrário à legalização do aborto. O partido afirma, em seu blog, que "os democratas são contra o aborto e a favor da vida, sempre".
Após a visita do papa, o DEM se mostrou disposto a "enfrentar o governo Lula e o PT no Congresso na votação contra qualquer proposta de legalização do aborto".
O senador Heráclito Fortes (DEM-PI) disse que, apesar da posição manifestada pelo DEM em seu blog, a discussão sobre a legalização do aborto não é questão fechada no partido. "Isso é uma questão da consciência de cada um. O ministro Temporão propôs uma discussão e não se posicionou contra ou a favor", disse.
O PSDB não firmou posição oficial em relação ao tema. O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), disse em discurso no plenário do Senado que o país precisa encarar o aborto de forma "realista". Virgílio criticou o recuo do ministro Temporão no debate sobre a descriminalização do aborto.
"Estranhei sobremaneira o ministro Temporão, que é uma figura que me parece competente, capaz de exercer um bom Ministério da Saúde, ter dito que forças superiores lhe disseram para não falar mais sobre o tema", afirmou.
Católico praticante, Virgílio defendeu a discussão do tema mesmo com a ameaça do Vaticano de excomungar políticos favoráveis à prática. "Eu não teria como deixar de marcar a minha posição nesse episódio e não há nenhuma contradição com a minha fé católica profunda. Não me sinto obrigado a me enquadrar nesses dogmas."
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Sem PM nas ruas, poucos comércios e ônibus voltam a funcionar em Vitória
- Sem-teto pede almoço, faz elogios e dá conselhos a Doria no centro de SP
- Ato contra aumento de tarifas termina em quebradeira e confusão no Paraná
- Doria madruga em fila de ônibus para avaliar linha e ouve reclamações
- Vídeos de moradores mostram violência em ruas do ES; veja imagens
+ Comentadas
- Alessandra Orofino: Uma coluna para Bolsonaro
- Abstinência não é a única solução, diz enfermeira que enfrentou cracolândia
+ EnviadasÍndice