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08/12/2000 - 20h50

PT pede ajuda a Covas temendo caos na Saúde em SP

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FABIANE LEITE
da Folha Online

O novo secretário municipal da Saúde de São Paulo, Eduardo Jorge, pediu ajuda ao governo do Estado temendo possíveis problemas no setor que vai administrar no próximo ano em razão da falta de medicamentos e de recursos humanos.

No início da semana, o atual secretário da Saúde do município, Carlos Alberto Velucci, disse que a situação no setor "caminharia para o caos" em razão da falta de medicamentos e ameaças de greves.

As cooperativas do PAS (Plano de Atendimento à Saúde), que controlam 13 hospitais e 96 unidades básicas de Saúde em São Paulo, dizem que têm a receber R$ 80 milhões da secretaria, dívida que a prefeitura não reconhece.

Jorge esteve reunido nesta manhã com o secretário estadual da Saúde, José da Silva Guedes, e recebeu promessa de ajuda.

Segundo Jorge, o Estado poderá fornecer seus médicos para cobrir funcionários municipais em uma possível falta de pessoal nas unidades de saúde do município.

"Eu quero que eles (o governo do Estado) ajudem toda administração. No caso da emergência, se precisar de reforço nos primeiros meses, vamos tentar montar equipes de reserva. Você tem uma central de plantões, de remoção de vagas (administrada pela Saúde estadual) e pode deixar uma equipe de reserva nos grandes hospitais para suprir uma deficiência no hospital a, b ou c, onde a equipe por ventura não compareça", disse Jorge após reunião nesta tarde com o Conselho Municipal da Saúde.

O secretário destacou que, no entanto, a promessa de reforço do governo estadual nos quadros da Saúde "não pode ser o pretexto para desmobilizar os plantonistas" que trabalham para a prefeitura.

Remédios

Uma nova reunião entre os dois secretários deve ocorrer na segunda-feira. Segundo a assessoria de Guedes, o secretário estadual propôs que sua pasta pague salários por plantão aos médicos que precisarem atender a demanda da prefeitura.

Jorge informou que não descarta pedir que o Estado também lhe repasse remédios se houver falta de medicamentos. "Isso vai depender de como o prefeito (Celso Pitta, PTN) vai reagir até dia 31 (de dezembro)."

Caso Pitta não reponha o estoque de remédios, Jorge afirma que tem instrumentos para "agir de forma drástica". Ele pode fazer compras emergenciais.

O novo secretário também promete pedir ajuda a diretores de grandes hospitais públicos em São Paulo, como o Hospital São Paulo e o Hospital das Clínicas.

"Minha esperança é que os estoques sejam repostos, a dívida seja paga e a transição para o nosso governo seja o mais respeitosa possível", afirmou ainda Jorge.

PAS

O novo secretário confirmou, após acordo com Velucci e o conselho, que concordou com o prolongamento por até seis meses do contrato da prefeitura com a cooperativa responsável pelo módulo norte do PAS. O convênio com a cooperativa vence no dia 15.

O conselho, que é dominado por membros da secretaria, concordou com o aditamento do contrato. "O fato de hoje o conselho ter aceitado o aditamento é mais um gesto de boa vontade, de que esta transição é baseada em diálogo", disse Jorge.

Jorge, no entanto, nega que esteja mantendo o PAS, sistema intensamente criticado pela oposição petista durante as administrações de Pitta e Paulo Maluf.

Quando questionado se estaria mantendo o sistema, Jorge respondeu: "Claro que não, a população votou na Marta Suplicy. A população de São Paulo pediu maioritariamente para que a cidade volte a se entender com o governo do Estado, com o governo federal e construa o SUS (Sistema Único de Saúde). Esta é uma questão de respeito à vontade popular."

Com a criação do PAS em 95, a Saúde em SP parou de receber R$ 200 mil anuais enviados pelo SUS.

Jorge fez um apelo para que a prefeitura "pague a quem trabalhou, pague a quem prestou serviço, reponha estoques no governo." "A prefeitura tem de cumprir sua parte", disse.

O atual secretário da Saúde não quis dar entrevistas.
 

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