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12/01/2001
-
04h05
GILMAR PENTEADO, da Folha de S.Paulo,
A Força Sindical descartou a sua participação nos projetos sociais da prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT). A posição da entidade, maior rival da CUT (Central Única dos Trabalhadores), dificulta ainda mais a implantação dos programas de campanha de Marta. A CUT é ligada ao PT.
A prefeita ofereceu à central sindical a coordenação do programa Começar de Novo (para requalificação de desempregados com mais de 40 anos) ou do bolsa-trabalho (para adolescentes).
"A Força Sindical corre o risco de carregar o piano sozinho", disse o presidente da entidade, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho. Isso porque Marta pretendia usar a infra-estrutura e a experiência da central na área de atendimento a desempregados.
A Força mantém na cidade de São Paulo, com recursos federais do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), o Centro de Solidariedade ao Trabalhador.
Cerca de 3.500 pessoas procuram o local diariamente para se inscrever no cadastro de vagas ou se candidatar a um curso de requalificação. Em 2000, o centro intermediou a contratação de 41.763 trabalhadores na capital (12% dos desempregados que procuraram o local no período).
"A relação da Força Sindical com a Marta vai ser a mesma que foi com Celso Pitta (PTN): nenhuma", disse Paulinho.
Mas a Força elaborou e implantou, em 1999, o projeto de frentes de trabalho com o ex-prefeito. A central discordou do rumo do programa e abandonou meses depois o projeto, que beneficiou cerca de 20 mil pessoas até o final do ano passado, segundo Pitta.
A CUT não possuiu serviço semelhante na cidade de São Paulo (somente em Santo André, na Grande São Paulo, com 600 atendimentos diários).
Marta também conta com pouco dinheiro para os projetos -R$ 3,1 milhões previstos no Orçamento- e tem recebido respostas negativas do governo do Estado e do governo federal em relação a parcerias, em especial para o Programa Renda Mínima.
Paulinho também afirmou que a participação da Força na implantação dos projetos sociais significaria um compromisso com a administração da petista.
"Não estamos a fim de nos comprometer com o governo de Marta. Precisamos de independência para cobrar as suas promessas de campanha", disse o líder sindical.
A Força Sindical apoiou Marta no segundo turno das eleições contra Paulo Maluf (PPB). "Fizemos campanha para ela na porta da fábrica", disse Eleno José Bezerra, secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.
A briga política começou depois da eleição. Paulinho reclamou que a central não recebeu "nenhum obrigado da prefeita".
Na eleição para presidente da Câmara Municipal, Paulinho proibiu que os vereadores eleitos pela entidade -Raul Cortez (PPS) e Antonio Campanha (PSB)- votassem no candidato petista José Eduardo Cardozo. Cortez e Campanha apoiaram Roberto Trípoli, do PSDB.
O interesse eleitoral também está em jogo. O desempenho do PT em São Paulo pode influir na eleição presidencial de 2002. A Força Sindical deve apoiar o candidato Ciro Gomes (PPS). Paulinho é um dos cotados para ser seu vice.
A posição contrária do PT em relação à diminuição da alíquota do ISS (Imposto Sobre Serviços), aprovado junto com o Refis (Programa de Recuperação Fiscal) na Câmara Municipal, também ajudou a abalar o frágil apoio da Força Sindical.
Antes do segundo turno, Paulinho pediu ao PT que aprovasse a redução da alíquota. Marta prometeu pensar, segundo o sindicalista. "É importante baixar o ISS para atrair empresas para a cidade", disse Paulinho.
O PT, no entanto, votou contra o Refis na Câmara afirmando haver renúncia de receita. A prefeitura já ingressou com uma ação contra o programa no Tribunal de Justiça, sem conseguir liminar (decisão provisória).
Força Sindical tira apoio a projetos de Marta
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A Força Sindical descartou a sua participação nos projetos sociais da prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT). A posição da entidade, maior rival da CUT (Central Única dos Trabalhadores), dificulta ainda mais a implantação dos programas de campanha de Marta. A CUT é ligada ao PT.
A prefeita ofereceu à central sindical a coordenação do programa Começar de Novo (para requalificação de desempregados com mais de 40 anos) ou do bolsa-trabalho (para adolescentes).
"A Força Sindical corre o risco de carregar o piano sozinho", disse o presidente da entidade, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho. Isso porque Marta pretendia usar a infra-estrutura e a experiência da central na área de atendimento a desempregados.
A Força mantém na cidade de São Paulo, com recursos federais do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), o Centro de Solidariedade ao Trabalhador.
Cerca de 3.500 pessoas procuram o local diariamente para se inscrever no cadastro de vagas ou se candidatar a um curso de requalificação. Em 2000, o centro intermediou a contratação de 41.763 trabalhadores na capital (12% dos desempregados que procuraram o local no período).
"A relação da Força Sindical com a Marta vai ser a mesma que foi com Celso Pitta (PTN): nenhuma", disse Paulinho.
Mas a Força elaborou e implantou, em 1999, o projeto de frentes de trabalho com o ex-prefeito. A central discordou do rumo do programa e abandonou meses depois o projeto, que beneficiou cerca de 20 mil pessoas até o final do ano passado, segundo Pitta.
A CUT não possuiu serviço semelhante na cidade de São Paulo (somente em Santo André, na Grande São Paulo, com 600 atendimentos diários).
Marta também conta com pouco dinheiro para os projetos -R$ 3,1 milhões previstos no Orçamento- e tem recebido respostas negativas do governo do Estado e do governo federal em relação a parcerias, em especial para o Programa Renda Mínima.
Paulinho também afirmou que a participação da Força na implantação dos projetos sociais significaria um compromisso com a administração da petista.
"Não estamos a fim de nos comprometer com o governo de Marta. Precisamos de independência para cobrar as suas promessas de campanha", disse o líder sindical.
A Força Sindical apoiou Marta no segundo turno das eleições contra Paulo Maluf (PPB). "Fizemos campanha para ela na porta da fábrica", disse Eleno José Bezerra, secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.
A briga política começou depois da eleição. Paulinho reclamou que a central não recebeu "nenhum obrigado da prefeita".
Na eleição para presidente da Câmara Municipal, Paulinho proibiu que os vereadores eleitos pela entidade -Raul Cortez (PPS) e Antonio Campanha (PSB)- votassem no candidato petista José Eduardo Cardozo. Cortez e Campanha apoiaram Roberto Trípoli, do PSDB.
O interesse eleitoral também está em jogo. O desempenho do PT em São Paulo pode influir na eleição presidencial de 2002. A Força Sindical deve apoiar o candidato Ciro Gomes (PPS). Paulinho é um dos cotados para ser seu vice.
A posição contrária do PT em relação à diminuição da alíquota do ISS (Imposto Sobre Serviços), aprovado junto com o Refis (Programa de Recuperação Fiscal) na Câmara Municipal, também ajudou a abalar o frágil apoio da Força Sindical.
Antes do segundo turno, Paulinho pediu ao PT que aprovasse a redução da alíquota. Marta prometeu pensar, segundo o sindicalista. "É importante baixar o ISS para atrair empresas para a cidade", disse Paulinho.
O PT, no entanto, votou contra o Refis na Câmara afirmando haver renúncia de receita. A prefeitura já ingressou com uma ação contra o programa no Tribunal de Justiça, sem conseguir liminar (decisão provisória).
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