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08/02/2001 - 05h50

PSDB acerta parceria de olho em 2002

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THOMAS TRAUMANN, da Folha de S.Paulo

Existe um limite na boa vontade demonstrada ontem pelo governo Mário Covas (PSDB) em ajudar o início da gestão da prefeita Marta Suplicy (PT). As parcerias entre o governo tucano e a prefeitura petista foram escolhidas a dedo para excluir as principais promessas feitas por Marta em sua campanha eleitoral.

Isso significa que o governo tucano vai financiar projetos nas áreas que escolher e não necessariamente nas prioridades estabelecidas pela
prefeita do PT.

A estratégia de colaboração estabelecida pelo PSDB paulista tem em seu horizonte a disputa eleitoral do próximo ano, quando serão escolhidos os sucessores do presidente Fernando Henrique Cardoso e do governador Covas.

Em razão disso, ficam fora da lista de possíveis acordos bandeiras petistas nas últimas eleições, como o Programa de Renda Mínima e a implantação do bilhete único de transporte para ônibus, metrô e trem metropolitano.

Em compensação, serão prioridades projetos que fazem parte da política de obras do Estado, como os de construção de casas populares, integração dos hospitais municipais no Sistema Único de Saúde, convênios na área de segurança e acordos para ampliação das linhas de metrô na capital.

Um dos projetos sociais da prefeita Marta Suplicy que deverá receber apoio estadual é o Banco do Povo, de financiamentos subsidiados para pequenos empresários. A dupla Covas-Geraldo Alckmin já implementou a idéia em várias cidades do interior.

Com a seleção, o governo tucano espera acertar em três alvos. O primeiro é demonstrar à população um apoio real ao início da gestão de Marta, eliminando possíveis acusações de discriminação.

Assessores de Covas consideram que depois da desastrada gestão Celso Pitta, a população paulistana espera um apoio geral pela reorganização da cidade.

O segundo ponto é que, ao controlar as áreas em que fará parceria, o governo do Estado poderá dividir os ganhos políticos das obras. Na avaliação do staff de Covas, seria improvável que um candidato tucano recebesse dividendos se incorporasse o programa estadual de distribuição de cestas básicas com o projeto petista de Renda Mínima.

Os tucanos esperam dessa forma impedir que o PT se beneficie eleitoralmente sozinho das parcerias em São Paulo. E que o governador interino Geraldo Alckmin (PSDB) possa usar na sua campanha as parcerias com o PT, caso seja candidato em 2002.

O terceiro alvo da tática tucana é obter apoio da prefeitura em áreas nas quais é a administração estadual que precisa de suporte municipal. O exemplo mais evidente é o setor de segurança pública. Ontem, o governador interino sugeriu que os fiscais da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) assumissem todo o policiamento do trânsito, liberando os guardas do CPTrans (Comando de Policiamento de Trânsito) para a vigilância ostensiva.

Outros acordos de interesse do Estado são a liberação de terrenos da prefeitura para a implantação de novas linhas do metrô e na construção do Rodoanel, obra considerada prioritária para desafogar o trânsito nas marginais.
 

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