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09/06/2000 - 19h44

Sabesp faz mutirão para antecipar obra e tentar evitar colapso no abastecimento de 3 mi

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CRISPIM ALVES
Coordenador de Cidades da Folha Online

A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) resolveu promover um mutirão entre diversos órgãos públicos para antecipar ao máximo o início da transferência de água da represa Billings para o sistema Guarapiranga.

O objetivo é tentar evitar o colapso total no abastecimento de 3 milhões de pessoas nas zonas sul e sudoeste da capital, que já enfrentam racionamento de água a cada dois dias desde 1º de junho por causa da forte estiagem pela qual atravessa a Grande São Paulo.

Pelo cronograma inicial da Sabesp, a obra do Taquacetuba, pela qual a companhia quer transferir 4 m3/s de água da Billings para a Guarapiranga, deveria ficar pronta em 1º de setembro.

No entanto, a situação do reservatório, que perde uma média de 0,3 ponto percentual de sua capacidade de armazenamento de água a cada dia, obrigou a Sabesp a tomar medidas emergenciais que antecipem, o máximo possível, o início da transferência, ainda que pela metade (2 m3/s).

Hoje, a Guarapiranga opera com 38,6% da capacidade. Projeções indicam que dentro dois meses estará com 21% _apenas 7 pontos percentuais do limite de colapso total. Isso a quase dois meses do início do próximo período de chuvas, em outubro.

A antecipação da finalização da obra vai servir para a Sabesp tentar evitar que o rodízio chega ampliado, tanto no tempo de duração quanto na quantidade de dias sem água.

"Estamos tentando antecipar o Taquacetuba para o meio de agosto, com pelo menos 2 m3/s", afirmou Antonio Marsiglia Netto, vice-presidente de produção de água da Sabesp.

A Sabesp já tem autorização ambiental para transferir esse volume de água. Para os 4 m3/s, no entanto, ainda depende de uma nova licença ambiental da Secretaria do Meio Ambiente.

O início de operação da obra depende, na maior parte, de um maquinário importado na Alemanha. Três bombas que vão ficar em terra e serão responsáveis por despejar água na Guarapiranga já chegaram. As submersas, que vão fazer o bombeamento, devem chegar até 15 de julho, prevê a Sabesp.

"Se continuar não chovendo, se atrasar essa obra, certamente o rodízio terá que ser apertado", disse Marsiglia Netto. Por esse motivo, já há um plano alternativo pronto que prevê um esquema intermediário entre o dois por um (dois dias com água, um sem) e o um por um.

Mutirão

"Nesse momento, todo o trabalho da Sabesp está voltado para que o Taquacetuba entre em operação o mais rápido possível", afirmou o vice-presidente.

Para tentar viabilizar isso, a Sabesp está promovendo um verdadeiro mutirão com órgãos públicos como Receita Federal, Eletropaulo, Cetesb e CET, entre outros.

Com a Receita Federal, por exemplo, a Sabesp está negociando uma liberação mais rápida, na alfândega, dos equipamentos importados. Geralmente, o trâmite burocrático dura dez dias. Com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), ficou acordado esquemas especiais para o transportes das máquinas. E assim por diante. "A receptividade e cooperação dos órgãos têm sido muito boas."

Na última quarta-feira (7), houve uma reunião com representantes de todos os órgãos envolvidos na qual ficou estabelecido um acompanhamento semanal de toda a operação. Dentro de 15 dias, a avaliação será diária.

"Tudo indica que existe a possibilidade (de antecipar o bombeamento de água da Billings para a Guarapiranga). Certeza nós só teremos daqui uns dias. Quanto mais cedo nós entrarmos com o Taquacetuba, menos riscos nós teremos", declarou Marsiglia Netto.

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