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18/02/2001 - 19h26

Rebelião de presos em Araraquara tem 260 reféns

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da Folha Ribeirão

Cerca de 260 pessoas foram feitas reféns hoje à tarde na Penitenciária de Araraquara, sendo 240 visitantes adultos e cerca de 20 funcionários. O total de crianças não foi informado.

Os presos estavam com armas calibre 9 milímetros e granadas _segundo a Polícia Militar_ e tomaram o prédio da administração, de onde se comunicaram com os detentos de outras penitenciárias do Estado, que também enfrentaram rebeliões.

De acordo com a PM, havia funcionários feridos, mas foram divulgados quantos. Não foram registrados estragos na estrutura da unidade.

Nenhuma reivindicação havia sido feita pelos detentos, que permaneceram dentro dos prédios, impedindo a PM de ver o que ocorria na unidade.

Dos 766 presos da unidade, pelo menos 50 pertencem ao PCC (Primeiro Comando da Capital), que lidera as áreas consideradas estratégicas da penitenciária, como a cozinha e a faxina.

Cerca de 150 policiais civis e militares _incluindo o canil da PM_ fizeram o cerco do prédio, desde que o tumulto foi iniciado, por volta das 13h. De acordo com o sargento da PM José Cláudio Pereira Ramos, diversos presos tentaram fugir quando a rebelião "estourou", mas nenhum teria conseguido.

No final da tarde, reforços de armas e policiais entraram na penitenciária. Não foi confirmado se eles invadiriam as alas.

Segundo policiais ouvidos pela Folha, a direção da unidade já sabia às 11h30 que haveria um protesto ontem. O diretor da unidade, José Bento de Camargo, não foi encontrado para comentar o assunto.

Em Ribeirão Preto, a visita foi menos tumultuada, já que a saída de visitantes foi permitida. Porém, ao terminar o horário de visita, muitos não retornaram às celas. A Delegacia Seccional de Ribeirão convocou os funcionários que estavam de folga para se apresentarem.

Até as 18h21 eram cerca de 750 presos amotinados e 70 pessoas eram mantidas reféns, a maioria familiares dos presos.

Vila Branca e cadeia 2

As outras duas cadeias de Ribeirão Preto, Vila Branca e Cadeia Pública unidade 2, também se rebelaram na tarde de ontem, tendo os próprios familiares como "garantia".

Os 271 detentos da Cadeia Pública de Vila Branca, que deveria estar desativada desde novembro, estavam mantendo pelo menos 200 mulheres e crianças no local, enquanto aguardavam as negociações de outras unidades. Já na cadeia 2, os mais de 500 presos tinham como "escudos" pelo menos 200 pessoas. Até as 18h45, o número total de visitantes em poder dos detentos não estava contabilizado.

"Eu saí normalmente da cadeia. Fui visitar meu marido e vi que quem queria sair estava conseguindo", afirmou Ana Cláudia Cândido Silva, que visitou a Penitenciária de Ribeirão.

Leia especial sobre a rebelião
 

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