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18/02/2001 - 23h20

Presos de Araraquara dizem que Nagashi é o responsável

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da Folha de S.Paulo, em Araraquara

Os presos rebelados na Penitenciária de Araraquara acusam o secretário de Estado da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, de ser o responsável pela megarrebelião que teve início hoje nas unidades prisionais de São Paulo.

Por volta das 22h, um detento da Penitenciária de Araraquara (282 km de São Paulo) fez um "pronunciamento" por meio de um aparelho celular a uma emissora de rádio local.

De acordo com o detento _que se intitula um dos líderes da manifestação_ ,a sociedade é culpada pelas rebeliões. "Nagashi Furukawa quebrou a palavra e já estava ciente de que isso poderia acontecer. A mídia coloca que tudo que acontece de negativo é o PCC (Primeiro Comando da Capital) que realiza. Não é nada disso. O que nós queremos é um pouco mais de justiça. Nossos direitos estão sendo esmagados. Todos os reféns estão sendo bem tratados, e a negociação vai continuar às 7h de manhã. Se por acaso a polícia invadir o local, nós vamos 'estourar' tudo. Está tudo dinamitado, por dentro e por fora. Estamos dispostos a matar e morrer se for necessário."

No momento, outro detento pega o celular e começa a falar. "Já estava para estourar isso no Brasil. Enquanto vocês não se conscientizarem de que o crime é um problema social, vai acontecer isso aí. Nós estamos nos fortalecendo e nos conscientizando. Nós somos uma potência e queremos os nossos direitos. Quando nós erramos com a sociedade, vocês cobram da gente da maneira mais vil e mais cruel e vocês, me deixando aqui, esse é o reflexo que vocês vão estar colhendo a partir de hoje. Essa opressão, vocês precisam saber o que significa a palavra Taubaté. Outros que estão aqui e passaram por lá preferem dar a vida a ir para lá novamente. Essa é uma ideologia que nenhum de vocês vai mudar. É o campo de concentração que nós passamos. É o sistema penitenciário paulista que está falido. Então vocês, por favor, antes de decretar a pena de morte, vejam se pensem com consciência que tudo que vocês estão colhendo é o que vocês plantaram e é esse o nosso recado."

Antes, o mesmo detento informou aos jornalistas que estavam na portaria da penitenciária que, caso a PM invadisse a unidade, os reféns e funcionários seriam mortos. "Vou mandar cadáver. Os funcionários vão primeiro", disse.

Leia especial sobre a rebelião
 

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