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18/02/2001 - 23h26

"Falavam que iam arrancar meu coração", diz agente penitenciário

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da Folha de S.Paulo

"Eles falavam que iam me matar e arrancar meu coração", disse o agente penitenciário Marcos José Ferreira, 36, que teve vários ferimentos pelo corpo feitos com estilete durante a rebelião no complexo penitenciário do Carandiru, zona norte de São Paulo.

Ferreira foi um dos agentes atendidos no Pronto Socorro Municipal Dr. Lauro Ribas Braga, também na zona norte, hoje.

"Só volto lá quando tiver segurança, mas estou com vontade de pedir meu afastamento", disse Albertino Guerra, 62, há oito anos funcionário da Penitenciária do Estado. Ele teve uma crise de hipertensão. "Quando cheguei, minha pressão estava em 22", disse.

O agente penitenciário Antonio Jesus, 46, estava no refeitório da Penitenciária do Estado quando a rebelião estourou. "Enchi meu prato e, antes de comer, presos disseram que a cadeia estava tomada e que era para a gente não se mexer. Me levaram para o terceiro pavilhão, junto com outros 40 ou 50 funcionários. A surpresa foi que eles tomaram a cadeia de frente para trás e na hora em que as visitas ainda estavam entrando."

Quando a tropa de choque entrou na penitenciária, os presos fizeram o agente de escudo e pediram que ele gritasse sem parar a frase "pára porque eu sou funcionário", afirmou Jesus.

"Levei muita pancada. No confronto com a tropa de choque, os policiais reconheceram que eu era funcionário porque eu não vestia roupa caqui e me puxaram", disse Jesus. "Os prisioneiros querem de volta os líderes do PCC e prometeram que todas as delegacias de São Paulo serão tomadas hoje."

Leia especial sobre a rebelião
 

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