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19/02/2001 - 00h52

Presos mantêm reféns em três penitenciárias no oeste paulista

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da Folha de S.Paulo, em São José do Rio Preto

Somente à noite a Polícia Militar começou a controlar a situação nos presídios com rebeliões no interior e no litoral paulista.

Até a 0h30 desta segunda-feira, a situação estava sob controle em Assis, Avaré, Presidente Venceslau, Iperó, Mirandópolis e Sorocaba. Em Pirajuí, Presidente Bernardes e Marília, os amotinados continuavam mantendo reféns.

O movimento, que começou no início da tarde, envolveu mais de 6.500 presos nas dez penitenciárias. Mais de 1.200 mil visitantes, familiares e amigos de presos, permaneceram retidos no interior dos presídios. Pelo menos 33 agentes penitenciários foram mantidos reféns. Apesar do volume do protesto, não houve registros de feridos.

Também não houve reivindicações específicas. Tratava-se de um protesto articulado por facções do crime organizado que agem dentro dos presídios, sob orientação externa de traficantes e assaltantes de banco.

Segundo o coronel Cid Monteiro de Barros, comandante da Polícia Militar no oeste paulista, cuja área incluiu cinco rebeliões, no geral a situação estava sob controle. Em pontos isolados havia ainda alguns parentes de presos retidos.

Em Avaré (268 km a oeste de SP), onde o PCC (Primeiro Comando da Capital) provocou três rebeliões nos últimos cinco meses, 17 agentes penitenciários ficaram sob o poder dos rebelados durante mais de duas horas. Somente por volta das 20h30 foram libertados os cerca de cem visitantes que tinham sido retidos.

Há um mês, durante outra rebelião, quatro presos foram mortos em Avaré e outros quatro ficaram feridos, supostamente por integrantes do PCC. Na ocasião, 19 agentes penitenciários serviram de moeda de negociação dos rebelados.

De acordo com a Polícia Militar, em São Vicente (67 km a sudeste de SP), no litoral paulista, três agentes penitenciários e 700 parentes de presos, entre adultos e crianças que participavam da visita, permaneceram até as 22h sob o domínio de 746 rebelados na Penitenciária 1. Os policiais informaram que a situação agora é de "completa normalidade".

Em Presidente Bernardes (605 km a oeste de SP), onde a presença de membros do PCC também é confirmada, três seguranças continuavam em poder dos rebelados. Os 65 familiares foram libertados no final da noite, segundo o agente penitenciário Nivaldo Barreto. O diálogo com os amotinados continua a partir das 8h.

Na Penitenciária de Assis (460 km a oeste de SP), os cerca de 700 presos rebelados voltaram para as celas. Também à noite terminou o motim dos cerca de 300 presos da Penitenciária 1 de Presidente Venceslau (635 km a oeste de SP).

Em Pirajuí (400 km a noroeste de SP), na região de Bauru, os presos da Penitenciária 2 começaram o protesto no final da tarde, depois das 16h. Segundo a Polícia Militar, 270 familiares continuavam retidos, mas a situação estava sob controle até o final desta edição.

Em Marília (443 km a noroeste de SP), os 800 rebelados fizeram dez seguranças reféns. As negociações só serão retomadas hoje pela manhã, segundo funcionário da prisão.

Em Iperó (125 km a oeste de SP), 130 visitantes foram utilizados como "escudo'' para os manifestantes. Segundo o diretor de produção da penitenciária, Erinaldo da Cunha, os presos só foram solidários com o movimento rebelde no Estado e não fizeram reféns, "apenas realizaram uma paralisação" e já voltaram para as celas.

Em Sorocaba (87 km a oeste de SP), o motim sem reféns de 400 rebelados terminou no início da noite.

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