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19/02/2001 - 19h29

Agentes penitenciários ameaçam entrar em greve em SP

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EDUARDO SCOLESE
da Agência Folha

Os cerca de 19 mil agentes penitenciários do Estado de São Paulo ameaçam entrar em greve a partir de amanhã, caso o governo estadual não esteja propenso a negociar mudanças na legislação do sistema prisional.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional de São Paulo, Nilson de Oliveira, em algumas cadeias, a legislação não exige revista em mulheres e crianças, o que permite a entrada de armas, drogas e telefones celulares em dias de visita.

Segundo ele, quando acontece alguma fuga ou rebelião, a culpa recai sempre sobre o funcionário _que passa a ser chamado de corrupto pela sociedade e muitas vezes é exonerado do cargo.

"A paralisação ocorrerá se sentirmos, durante nossa assembléia, que a política que garante a disciplina, a humanização, a moralização e a segurança do sistema esteja fora da pauta do governo do Estado."

As reivindicações por reajuste salarial e compra de equipamentos necessários no dia-a-dia das penitenciárias, principalmente os detectores de metal, também serão discutidas pelos integrantes do sindicato.

A assembléia da categoria acontecerá na manhã de amanhã, na sede do sindicato, em Santana (zona norte da capital).

Alerta

Segundo o presidente do sindicato, "o governo de São Paulo, por meio da Secretaria da Administração Penitenciária, foi alertado seis anos atrás da possibilidade de grupos organizados de detentos tomarem conta dos presídios".

Para ele, o PCC (Primeiro Comando da Capital) existe há pelo menos cinco anos e tem o objetivo de crescer e desativar todo o sistema penitenciário do Estado.

"O que ocorreu ontem foi apenas um teste do PCC. Agora, eles já sabem a força que têm e o que podem fazer. O pulso fraco do Estado e a pouca quantidade de policiais não poderão conter a próxima rebelião simultânea."

Além do PCC, o sindicalista adverte a respeito de outras duas organizações criminosas que estariam atuando em presídios do interior do Estado _o CDL (Conselho Democrático da Liberdade) e o o CRBC (Comando Revolucionário Brasileiro da Criminalidade).

Para Oliveira, o Estado precisa ser mais enérgico com os rebelados, caso contrário o governo federal terá de intervir.

"O batalhão de choque deveria invadir os presídios assim que começassem as rebeliões."

Leia especial sobre a rebelião
 

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