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20/02/2001 - 04h19

Celulares são usados mesmo após revista em presídio

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GABRIELA ATHIAS, da Folha de S.Paulo

Mesmo após a revista feita pela tropa de choque da Polícia Militar na Penitenciária do Estado, após a rebelião iniciada no domingo, vários celulares continuaram funcionando ontem.

Por volta das 18h, quase três horas após o fim da revista, a Folha conseguiu se comunicar com os presos daquela penitenciária por meio de celular. Alguns são identificados como líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital).

Depois da transferência das principais lideranças do PCC para o interior, a Penitenciária do Estado teria virado o "QG" (quartel general) provisório do grupo.

Após a revista, a comunicação ficou mais difícil, já que o prédio está com vários pavilhões sem energia e muitos aparelhos ficaram com a bateria descarregada. Mas ainda era possível comunicar-se com pelo menos cinco presos em diferentes linhas.

Entre as 22h de anteontem e as 2h30 de ontem, a Folha ligou e recebeu ligação de oito diferentes telefones celulares de detentos da penitenciária.

A Folha informou para a assessoria da Telesp Celular apenas os quatro primeiros números dos telefones utilizados na penitenciária. Segundo a empresa, todos fazem parte do sistema pré-pago, sendo impossível rastrear a identidade dos seus proprietários.

O crédito do aparelho pode ser adicionado via caixa eletrônico dos bancos credenciados, sem a necessidade de o aparelho sair de dentro da penitenciária.

A rebelião só pode ser simultânea em todo o Estado graças à utilização do celular.

Na Penitenciária de Araraquara (282 km de São Paulo), os presos encerraram ontem a rebelião após receberem uma determinação dos líderes do PCC que estavam na Casa de Detenção.

A informação é de um dos três detentos que falaram ontem de manhã com a Folha por meio de um aparelho celular. A ordem teria sido dada por volta das 8h.

Eles disseram também que a negociação com o diretor da Penitenciária de Araraquara foi pacífica e que os reféns só foram libertados devido a uma ordem do comando central do PCC.

"Nós entramos em rebelião junto com eles (Carandiru) e são eles que definem a situação. Nos deram a ordem para libertar as pessoas por volta das 8h. Se em São Paulo estivesse parado, pode ter certeza de que aqui também estaria da mesma forma", disse um dos detentos.
 

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