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21/02/2001 - 04h44

Outras quatro facções atuam em presídios de SP

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da Folha de S.Paulo

O PCC é hoje o mais forte e o mais famoso -está em evidência desde as rebeliões de domingo em 29 unidades prisionais de São Paulo. Há, porém, outros quatro grupos criminosos agindo em presídios do Estado.

CDL (Comissão Democrática de Liberdade), CRBC (Comando Revolucionário Brasileiro da Criminalidade), SS (Seita Satânica) e CJVC (Comando Jovem Vermelho da Criminalidade) atuam, com maior ou menor poder, de forma localizada em penitenciárias da capital e do interior.

Os objetivos variam pouco: roubos, resgates de presos, tráfico de drogas, homicídios, financiamento de fugas e promoção de rebeliões, segundo Renato Laércio Talli, ex-corregedor da Coesp (Coordenadoria dos Estabelecimentos Penitenciários do Estado de São Paulo).

Com o crescimento das atividades do PCC (principalmente entre 96 e 97), essas facções foram, porém, se encolhendo e têm atualmente uma expressão reduzida, na opinião de Márcio Sérgio Christino, promotor de Justiça Criminal do SAI (Serviço Auxiliar de Informações).

Christino terminou um livro que conta o modo de atuação de diversas quadrilhas, entre elas o PCC.

Segundo Talli, os presos que se "filiam" aos grupos criminosos são uma minoria, cerca de 10% do total de 94 mil detentos de presídios, cadeias e delegacias.

Algumas das facções são muito organizadas e têm estatutos bem definidos. O do CRBC, que surgiu em 99 e atua nas penitenciárias de Guarulhos (Grande SP), prevê uma arrecadação de fundos dos seus membros e deixa claro que traições e falhas serão punidas com a morte.

A facção é hoje, segundo Christino, uma das mais fortes depois do PCC, do qual é uma dissidência e cujos membros e simpatizantes não são aceitos.

A CDL começou a atuar em 1996 na Penitenciária 1 de Avaré (268 km de SP, onde houve rebelião no domingo). Talli afirma que um grupo de presos passou a impor uma disciplina aos demais e conseguiu dominar o presídio, "sob o olhar complacente da direção".

Senhores da situação, os líderes começaram a extorquir dinheiro e explorar outros detentos e a traficar drogas. Há denúncias de que eles chegavam a ganhar R$ 50 mil por mês com o tráfico, tendo adquirido vários imóveis na cidade. As vendas seriam feitas dentro da própria penitenciária, sob escolta de outros presos armados.

Segundo Talli, a CDL está "em via de extinção", e seus líderes seriam removidos para um presídio de segurança máxima.

Os outros dois grupos, a SS e o CJVC têm menor expressão. A Seita Satânica surgiu nos anos 70, dentro da Casa de Detenção de São Paulo, onde havia um grupo que cultuava o demônio. O CJVC é mais recente -não se sabe precisar quando surgiu- e age na penitenciária de Presidente Bernardes.
(MARIANA VIVEIROS)
 

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