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21/02/2001 - 04h47

Mãe quer indenização por ferimentos dentro de penitenciária

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KÁTIA STRINGUETO, da Folha de S.Paulo

A doceira Rosana Ferreira Gama, 28, esteve ontem no 9º DP (Carandiru), acompanhada de sua prima e advogada Fabiana Ferreira Gama, 24, para registrar um Boletim de Ocorrência pelos danos que ela e a filha sofreram, no último domingo, na Penitenciária do Estado.

Rosana visitava o marido, Luiz Fernando de Souza Menezes, 32, que está preso há dois anos, quando uma bomba caiu sobre ela e a filha, Ingrid Ferreira Gama, 3.

Hoje pela manhã, Rosana deverá fazer exame de corpo de delito no Hospital das Clínicas. A doceira quer mover uma ação indenizatória contra o Estado.

A bomba, que teria sido jogada pelos policiais, segundo a vítima, explodiu ao atingir Rosana, que segurava a filha no colo. "O choque entrou no pátio por volta das 20h. Jogaram uma bomba para o alto e, quando ela caiu, bateu em mim e na nenê."

Os estilhaços provocaram diversos ferimentos na mão direita, na boca e no pescoço de Rosana e atingiram a face, o tórax e os braços da menina.

"Quando vi o rosto dela sangrando, comecei a pedir socorro. Foi tudo muito rápido. Um policial a pegou no colo e fomos logo para a ambulância."

Mãe e filha foram encaminhadas para a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Rosana levou mais de cem pontos, principalmente nos dedos. Ingrid foi para o PS infantil em estado grave.

Na segunda-feira, ela passou por uma cirurgia plástica extensa da face, do tórax e dos membros superiores. A equipe da UTI pediátrica informou, no boletim de ontem, que a menina ainda corre risco de morte. "Falaram que o estado dela é estável."

No hospital, Rosana encontrou, no portão de entrada da UTI, a sogra, Nilcéia de Souza Menezes, 50. O marido ligou da prisão para saber o estado da filha. "Parece que foi um funcionário que deixou ele ligar", disse a advogada de Rosana. Ela disse também que ele está com parecer favorável dos psicólogos da penitenciária e que só faltam os pareceres do Ministério Público e do juiz para que ele vá para regime semi-aberto.

Segundo Rosana, Puca, o apelido de Ingrid, não gosta muito de ficar esperando na fila no dia de visita, mas, quando vê o pai, uma vez a cada quatro meses, não quer mais sair. No dia da rebelião, mãe e filha
chegaram cedo ao presídio: às 7h15. "Entramos e fomos brincar no pátio. Depois subimos para a cela, para almoçar. Foi aí que a rebelião começou".
 

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