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07/03/2001
-
16h51
FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em Recife
O IML (Instituto de Medicina Legal) de Pernambuco confirmou a morte de mais uma pessoa atacada por tubarão na praia de Boa Viagem, em Recife.
A vítima é o estudante Carlos Alberto Brasileiro, 20, que estava desaparecido desde sábado passado. Foi o 33º ataque registrado no Estado desde setembro de 1992 e o primeiro este ano.
O corpo foi encontrado segunda-feira em um trecho de praia desprotegido pelos arrecifes. O cadáver foi examinado por peritos ontem, mas só foi identificado na tarde de hoje.
O laudo do IML, assinado pelo legista Silviano Rodrigues, aponta como causa da morte traumas e ferimentos causados por "animal marinho de grande porte".
Segundo o diretor-assistente do instituto, Jorge Mota, o corpo de Brasileiro apresentava "várias lesões serrilhadas, típicas dos ataques de tubarão".
O estudante teve o braço esquerdo decepado pouco abaixo do cotovelo. Parte da coxa esquerda também foi dilacerada.
A vítima ainda foi mordida no rosto e, de acordo com Mota, as vísceras do tórax e do abdome foram arrancadas. "O corpo estava oco", declarou o diretor.
A princípio, parentes de Brasileiro não o reconheceram no IML. Em razão do mau estado do corpo, foi preciso realizar dois testes com impressões digitais para que isso acontecesse.
A irmã de Brasileiro, Alexsandra Virgínia, 23, disse que a família já havia procurado seu irmão em delegacias e hospitais. Segundo ela, o rapaz gostava de nadar em trechos profundos do mar.
O estudante desapareceu sábado à tarde, na mesma região de Boa Viagem onde o corpo foi encontrado. O local é o principal ponto de encontro de jovens e esportistas na praia.
Banhistas e surfistas
O último ataque de tubarão registrado pelos pesquisadores da UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco) aconteceu no dia 26 de dezembro de 1999, também em Boa Viagem.
A vítima foi um banhista, Ailton Cícero da Silva, 18. Ele foi mordido na perna, mas sobreviveu. De setembro de 1992, quando a universidade começou a monitorar as ocorrências, até o início deste mês, 32 pessoas haviam sido atacadas no Estado.
Desse total, informou a UFRPE, oito eram banhistas, 21 praticavam surfe e três, bodyboard. Dez das vítimas morreram em consequência dos ferimentos.
Ainda segundo o levantamento, a maioria dos ataques _ 20 deles_ ocorreu na praia de Boa Viagem, a mais frequentada de Pernambuco, localizada no bairro nobre de mesmo nome, na zona sul de Recife.
Os tubarões também fizeram vítimas nas praias de Piedade e Barra de Jangada, em Jaboatão dos Guararapes, e do Paiva, no Cabo de Santo Agostinho, municípios da região metropolitana.
O maior número de ataques ocorreu em 1994, quando foram registradas 11
ocorrências no Estado, com duas mortes. No mesmo ano, a UFRPE iniciou uma pesquisa para avaliar o problema.
O trabalho terminou em 1996 e apontou alterações no meio ambiente como uma das prováveis causas para os ataques na costa pernambucana.
O governo do Estado baixou então uma portaria proibindo a prática do surfe e do bodyboard num trecho de risco de aproximadamente 30 quilômetros.
Placas com avisos sobre a proibição e alertas para que os banhistas não ultrapassem os arrecifes foram instaladas. Nenhuma delas, porém, faz referência à presença de tubarões.
A assessoria do Corpo de Bombeiros informou que o atual esquema de fiscalização, que utiliza 40 homens na praia de Boa Viagem, será mantido.
A corporação avalia que o ataque ao estudante foi um caso isolado porque ele não teria cumprido a orientação das placas, de permanecer aquém dos arrecifes.
Tubarão mata banhista em Recife
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da Agência Folha, em Recife
O IML (Instituto de Medicina Legal) de Pernambuco confirmou a morte de mais uma pessoa atacada por tubarão na praia de Boa Viagem, em Recife.
A vítima é o estudante Carlos Alberto Brasileiro, 20, que estava desaparecido desde sábado passado. Foi o 33º ataque registrado no Estado desde setembro de 1992 e o primeiro este ano.
O corpo foi encontrado segunda-feira em um trecho de praia desprotegido pelos arrecifes. O cadáver foi examinado por peritos ontem, mas só foi identificado na tarde de hoje.
O laudo do IML, assinado pelo legista Silviano Rodrigues, aponta como causa da morte traumas e ferimentos causados por "animal marinho de grande porte".
Segundo o diretor-assistente do instituto, Jorge Mota, o corpo de Brasileiro apresentava "várias lesões serrilhadas, típicas dos ataques de tubarão".
O estudante teve o braço esquerdo decepado pouco abaixo do cotovelo. Parte da coxa esquerda também foi dilacerada.
A vítima ainda foi mordida no rosto e, de acordo com Mota, as vísceras do tórax e do abdome foram arrancadas. "O corpo estava oco", declarou o diretor.
A princípio, parentes de Brasileiro não o reconheceram no IML. Em razão do mau estado do corpo, foi preciso realizar dois testes com impressões digitais para que isso acontecesse.
A irmã de Brasileiro, Alexsandra Virgínia, 23, disse que a família já havia procurado seu irmão em delegacias e hospitais. Segundo ela, o rapaz gostava de nadar em trechos profundos do mar.
O estudante desapareceu sábado à tarde, na mesma região de Boa Viagem onde o corpo foi encontrado. O local é o principal ponto de encontro de jovens e esportistas na praia.
Banhistas e surfistas
O último ataque de tubarão registrado pelos pesquisadores da UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco) aconteceu no dia 26 de dezembro de 1999, também em Boa Viagem.
A vítima foi um banhista, Ailton Cícero da Silva, 18. Ele foi mordido na perna, mas sobreviveu. De setembro de 1992, quando a universidade começou a monitorar as ocorrências, até o início deste mês, 32 pessoas haviam sido atacadas no Estado.
Desse total, informou a UFRPE, oito eram banhistas, 21 praticavam surfe e três, bodyboard. Dez das vítimas morreram em consequência dos ferimentos.
Ainda segundo o levantamento, a maioria dos ataques _ 20 deles_ ocorreu na praia de Boa Viagem, a mais frequentada de Pernambuco, localizada no bairro nobre de mesmo nome, na zona sul de Recife.
Os tubarões também fizeram vítimas nas praias de Piedade e Barra de Jangada, em Jaboatão dos Guararapes, e do Paiva, no Cabo de Santo Agostinho, municípios da região metropolitana.
O maior número de ataques ocorreu em 1994, quando foram registradas 11
ocorrências no Estado, com duas mortes. No mesmo ano, a UFRPE iniciou uma pesquisa para avaliar o problema.
O trabalho terminou em 1996 e apontou alterações no meio ambiente como uma das prováveis causas para os ataques na costa pernambucana.
O governo do Estado baixou então uma portaria proibindo a prática do surfe e do bodyboard num trecho de risco de aproximadamente 30 quilômetros.
Placas com avisos sobre a proibição e alertas para que os banhistas não ultrapassem os arrecifes foram instaladas. Nenhuma delas, porém, faz referência à presença de tubarões.
A assessoria do Corpo de Bombeiros informou que o atual esquema de fiscalização, que utiliza 40 homens na praia de Boa Viagem, será mantido.
A corporação avalia que o ataque ao estudante foi um caso isolado porque ele não teria cumprido a orientação das placas, de permanecer aquém dos arrecifes.
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