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04/04/2001 - 20h51

SP, RS e SC têm os melhores índices, segundo pesquisa do IBGE

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da Sucursal do Rio

Se fosse feito um ranking dos Estados brasileiros com base na Síntese do Indicadores do IBGE (estudo divulgado hoje), São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina ocupariam o topo com os melhores índices.

A distância dessas três unidades da federação em relação às demais fica evidente em indicadores como o de mortalidade infantil.

O Rio Grande do Sul, por exemplo, foi o único Estado brasileiro a conseguir diminuir para menos de 20 mortes por 1.000 nascidos vivos a taxa. Em 1992, eram 22,2 casos por 1.000. Em 1999, essa taxa caiu para 18,4.

São Paulo e Santa Catarina vão na mesma tendência e apresentaram, em 1999, uma taxa de 22 mortes por 1.000. Em 1992, as taxas estavam acima de 27 mortes por 1.000.

A socióloga da Unesp (Universidade Estadual Paulista) Massako Yida, autora de um livro sobre a história da saúde pública no Brasil, lembra que o avanço das condições de saúde nesses Estados é reflexo do próprio desenvolvimento econômico e da atuação do poder público.

"No Estado de São Paulo, desde o século passado já se percebia a presença da Secretaria de Estado da Saúde, por exemplo. A questão da saúde está ligada ao desenvolvimento econômico do Estado e com a oferta de serviços públicos", diz Massako.

Outro indicador que mostra que a questão econômica está ligada ao acesso aos serviços de saúde é a porcentagem da população que teve atendimento de saúde em 1998.

Em São Paulo, a maior parte dos atendimentos (39,2%) foi feita por planos de saúde. No mesmo ano, 35,7% da população do Estado afirmou ter sido atendida pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

No Brasil, 49,1% da população procurou o SUS para ser atendido, enquanto 26,7% optaram por utilizar o plano de saúde.

Os Estados de São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina também se destacam entre os indicadores educacionais.

A taxa de analfabetismo funcional (definida pelo IBGE como população que não completou a 4ª série do ensino fundamental) ficou abaixo de 20% nos três Estados e em Roraima e no Distrito Federal. No Brasil, essa porcentagem foi 29,4% em 1999.

Assim como a maioria das unidades da federação, na década de 90, esses Estados mostraram melhora nos indicadores sociais, mas, na análise da chefe da divisão de estudos e pesquisa do IBGE, Lilibethe Cardoso Ferreira, também não foram capazes de dar uma resposta ao problema da concentração de renda.

"As pesquisas mostram um forte traço de desigualdade mesmo entre os Estados mais ricos", diz Lilibethe.

Ao analisar o rendimento dos 50% mais pobres e do 1% mais rico da população, percebe-se que em São Paulo, por exemplo, quase não houve alteração na desigualdade entre 1992 e 1999.

Em 1992, os 50% mais pobres da população eram responsáveis por 16,4% da renda de São Paulo, enquanto o 1% mais rico possuía 10,7%. Em 1999, esses indicadores ficaram praticamente estáveis, com 16,2% para os mais pobres e 10,5% para os mais ricos.

O Rio Grande do Sul apresentou pequena melhora nesse quadro, mas a concentração de renda continua grande no Estado.

O Estado de Santa Catarina foi um dos que apresentaram uma das melhoras mais significativas no quadro da desigualdade. Lá, a participação na renda dos 50% mais pobres subiu de 16,7% para 17,2%, enquanto a do 1% mais rico caiu de 16,9% para 11,9% de 1992 para 1999.

Apesar de continuarem na frente em quase todos os indicadores, os Estados mais desenvolvidos do Brasil apresentam os piores indicadores quando se analisa a mortalidade por causas externas (homicídio, acidentes de trânsito e suicídio) da população de 15 a 19 anos de idade.

Em todo o Brasil, esse indicador teve aumento de 63% para 68%. O Estado de São Paulo é o que tem o pior indicador nesse quadro: 77,4% das causas de morte da população jovem são externas. Em 1992, essa índice era 75,5%.
 

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