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12/04/2001
-
18h10
da Folha Online
O presidente da Petrobras, Henri Philippe Reichstul, completa 52 anos hoje, mas com o acidente na plataforma P-7, parece que seu "inferno astral" continua.
Cerca de 26 mil litros de petróleo vazaram da plataforma para o mar. Ontem, ocorreu um outro vazamento de óleo atingiu a baía de Paranaguá, no Paraná.
O ministro de Minas e Energia, José Jorge, disse hoje que Reichstul permanece no cargo.
Os problemas do presidente começaram do ano passado quando, sob seu comando, a empresa causou um vazamento de quase 2 milhões de toneladas de óleo na baía da Guanabara, Rio.
A empresa foi multada em R$ 51 milhões e Reichstul, convocado para depor na Polícia Federal.
Seis meses depois, em julho, um novo vazamento ocorreu na Repar (Refinaria Presidente Getúlio Vargas), no Paraná. Agora o desastre foi três vezes maior que o do Rio. Foram 4 milhões de litros, o maior vazamento em 25 anos. A Petrobras foi duramente criticada por omitir informações e fornecer números subavaliados do vazamento nos primeiros dias após o acidente. Falava-se em "apenas" 40 mil litros de óleo cru. "Erro de avaliação", foi a justificativa dada então.
O "inferno astral" voltou a atacar no final do ano passado. Dessa vez, por iniciativa do próprio Reichstul, que anunciava em dezembro que a Petrobras mudaria de nome: seria PetroBrax.
O objetivo da mudança, segundo ele, era "unificar a marca e facilitar o seu processo de internacionalização".
Os sindicatos ligados à empresa foram os primeiros a se levantar contra a mudança, cujos estudos iniciais custaram pelo menos R$ 700 mil. Para os trabalhadores, a troca era o primeiro passo para a privatização da Petrobras.
Bombardeado por sindicalistas, políticos e pela opinião pública, a troca de nome acabou vetada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. Mesmo assim, o teimoso Reichstul voltaria a insistir na troca, no dia 11 de janeiro deste ano. Agora anunciava que a marca Petrobrax seria usada, sim, mas só no mercado internacional.
Novo bombardeio _agora, no Congresso Nacional. Deputados e senadores passaram a pedir a cabeça do executivo. FHC teve de intervir e pôr um ponto final na discussão: o nome PetroBrax estava definitivamente enterrado.
Há exatos 28 dias, explosões na plataforma P-36 mataram 11 funcionários. A unidade, a maior do mundo, avaliada em R$ 1 bilhão, afundou.
Reichstul faz aniversário mas "inferno astral" continua
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O presidente da Petrobras, Henri Philippe Reichstul, completa 52 anos hoje, mas com o acidente na plataforma P-7, parece que seu "inferno astral" continua.
Cerca de 26 mil litros de petróleo vazaram da plataforma para o mar. Ontem, ocorreu um outro vazamento de óleo atingiu a baía de Paranaguá, no Paraná.
O ministro de Minas e Energia, José Jorge, disse hoje que Reichstul permanece no cargo.
Os problemas do presidente começaram do ano passado quando, sob seu comando, a empresa causou um vazamento de quase 2 milhões de toneladas de óleo na baía da Guanabara, Rio.
A empresa foi multada em R$ 51 milhões e Reichstul, convocado para depor na Polícia Federal.
Seis meses depois, em julho, um novo vazamento ocorreu na Repar (Refinaria Presidente Getúlio Vargas), no Paraná. Agora o desastre foi três vezes maior que o do Rio. Foram 4 milhões de litros, o maior vazamento em 25 anos. A Petrobras foi duramente criticada por omitir informações e fornecer números subavaliados do vazamento nos primeiros dias após o acidente. Falava-se em "apenas" 40 mil litros de óleo cru. "Erro de avaliação", foi a justificativa dada então.
O "inferno astral" voltou a atacar no final do ano passado. Dessa vez, por iniciativa do próprio Reichstul, que anunciava em dezembro que a Petrobras mudaria de nome: seria PetroBrax.
O objetivo da mudança, segundo ele, era "unificar a marca e facilitar o seu processo de internacionalização".
Os sindicatos ligados à empresa foram os primeiros a se levantar contra a mudança, cujos estudos iniciais custaram pelo menos R$ 700 mil. Para os trabalhadores, a troca era o primeiro passo para a privatização da Petrobras.
Bombardeado por sindicalistas, políticos e pela opinião pública, a troca de nome acabou vetada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. Mesmo assim, o teimoso Reichstul voltaria a insistir na troca, no dia 11 de janeiro deste ano. Agora anunciava que a marca Petrobrax seria usada, sim, mas só no mercado internacional.
Novo bombardeio _agora, no Congresso Nacional. Deputados e senadores passaram a pedir a cabeça do executivo. FHC teve de intervir e pôr um ponto final na discussão: o nome PetroBrax estava definitivamente enterrado.
Há exatos 28 dias, explosões na plataforma P-36 mataram 11 funcionários. A unidade, a maior do mundo, avaliada em R$ 1 bilhão, afundou.
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