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18/04/2001
-
22h50
LISANDRA PARAGUASSÚ
da Sucursal de Brasília
Medicamentos que contenham em sua fórmula cisaprida _princípio ativo usado em remédios para doenças gástricas_ e astemizol _antialérgico_ tiveram a produção e a venda proibidas no Brasil.
A medida foi publicada no "Diário Oficial" da União no mesmo dia em que foi proibida a comercialização e a fabricação de produtos à base de mercúrio usados para limpar ferimentos, como o Merthiolate.
De acordo com a portaria publicada, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária avaliou que os riscos da cisaprida e do astemizol são maiores que os benefícios e, por isso, decidiu tirá-los do mercado. Eles já tiveram a venda suspensa nos Estados Unidos.
Ambos, se usados em doses altas [abusivas, como diz a portaria da Anvisa] ou em conjunto com outros remédios, como antibióticos e antimicóticos, podem causar arritmia cardíaca e até matar.
Na avaliação da Anvisa, existem hoje medicamentos eficazes e que não apresentam os mesmos riscos. São dez remédios à base de cisaprida, de laboratórios diferentes, e outros dez com astemizol que deverão ser suspensos.
As empresas e as farmácias terão 30 dias para retirar os produtos do mercado.
Quem não obedecer à determinação da Anvisa poderá ser multado. O valor varia de R$ 2.000 a R$ 50 mil, dependendo do tipo de infração.
Arritmia
A cisaprida, cujo principal remédio com nome comercial é o Prepulsid, do laboratório Janssen-Cilag, foi retirado do mercado nos Estados Unidos em julho do ano passado.
A mesma empresa, que fabricava o remédio no Brasil, decidiu recolhê-lo das farmácias nos Estados Unidos depois que o FDA (órgão norte-americano que controla remédios e alimentos) constatou a ocorrência de 341 casos de arritmia cardíaca e 80 mortes relacionadas ao medicamento.
Na mesma época, a Vigilância Sanitária determinou que os produtos brasileiros só poderiam ser vendidos com tarja preta, ou seja, a receita médica teria que ser retida na farmácia e uma cópia enviada à Anvisa.
No entanto, em outubro do ano passado, a Folha comprou uma caixa do remédio Enteropride, do laboratório Cilag, sem nem ao menos apresentar receita.
Estoque antigo
Na farmácia do Distrito Federal, o balconista perguntou pela receita. Como não havia, o responsável pela loja liberou a venda alegando que o medicamento estava controlado há pouco tempo e ainda era do estoque antigo, que não trazia a exigência.
Na época, a Anvisa alegou que não suspendia a venda porque em alguns casos não havia substitutos eficazes para a cisaprida.
Agora, a agência decidiu suspender a venda alegando que é possível encontrar outras fórmulas eficientes.
Astemizol
O astemizol, usado em antialérgicos, pode causar os mesmos problemas da cisaprida.
A Anvisa já havia repassado um alerta sobre os riscos do mau uso do remédio. No entanto, agora avaliou que era necessário proibir a venda.
A Abifarma (Associação Brasileira da Indústria Farmacêutica) foi procurada para falar sobre as proibições, mas a assessoria informou que não poderia dar uma resposta hoje.
Vigilância Sanitária veta mais 20 remédios no Brasil
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da Sucursal de Brasília
Medicamentos que contenham em sua fórmula cisaprida _princípio ativo usado em remédios para doenças gástricas_ e astemizol _antialérgico_ tiveram a produção e a venda proibidas no Brasil.
A medida foi publicada no "Diário Oficial" da União no mesmo dia em que foi proibida a comercialização e a fabricação de produtos à base de mercúrio usados para limpar ferimentos, como o Merthiolate.
De acordo com a portaria publicada, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária avaliou que os riscos da cisaprida e do astemizol são maiores que os benefícios e, por isso, decidiu tirá-los do mercado. Eles já tiveram a venda suspensa nos Estados Unidos.
Ambos, se usados em doses altas [abusivas, como diz a portaria da Anvisa] ou em conjunto com outros remédios, como antibióticos e antimicóticos, podem causar arritmia cardíaca e até matar.
Na avaliação da Anvisa, existem hoje medicamentos eficazes e que não apresentam os mesmos riscos. São dez remédios à base de cisaprida, de laboratórios diferentes, e outros dez com astemizol que deverão ser suspensos.
As empresas e as farmácias terão 30 dias para retirar os produtos do mercado.
Quem não obedecer à determinação da Anvisa poderá ser multado. O valor varia de R$ 2.000 a R$ 50 mil, dependendo do tipo de infração.
Arritmia
A cisaprida, cujo principal remédio com nome comercial é o Prepulsid, do laboratório Janssen-Cilag, foi retirado do mercado nos Estados Unidos em julho do ano passado.
A mesma empresa, que fabricava o remédio no Brasil, decidiu recolhê-lo das farmácias nos Estados Unidos depois que o FDA (órgão norte-americano que controla remédios e alimentos) constatou a ocorrência de 341 casos de arritmia cardíaca e 80 mortes relacionadas ao medicamento.
Na mesma época, a Vigilância Sanitária determinou que os produtos brasileiros só poderiam ser vendidos com tarja preta, ou seja, a receita médica teria que ser retida na farmácia e uma cópia enviada à Anvisa.
No entanto, em outubro do ano passado, a Folha comprou uma caixa do remédio Enteropride, do laboratório Cilag, sem nem ao menos apresentar receita.
Estoque antigo
Na farmácia do Distrito Federal, o balconista perguntou pela receita. Como não havia, o responsável pela loja liberou a venda alegando que o medicamento estava controlado há pouco tempo e ainda era do estoque antigo, que não trazia a exigência.
Na época, a Anvisa alegou que não suspendia a venda porque em alguns casos não havia substitutos eficazes para a cisaprida.
Agora, a agência decidiu suspender a venda alegando que é possível encontrar outras fórmulas eficientes.
Astemizol
O astemizol, usado em antialérgicos, pode causar os mesmos problemas da cisaprida.
A Anvisa já havia repassado um alerta sobre os riscos do mau uso do remédio. No entanto, agora avaliou que era necessário proibir a venda.
A Abifarma (Associação Brasileira da Indústria Farmacêutica) foi procurada para falar sobre as proibições, mas a assessoria informou que não poderia dar uma resposta hoje.
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