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24/04/2001 - 23h47

EUA e Colômbia fazem "agrado" e apressam extradição de Beira-Mar

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RICARDO FELTRIN
Coordenador de Cotidiano da Folha Online

A rápida solução colombiana para a extradição de Fernandinho Beira-Mar foi bem mais que um gesto de boa vizinhança com os brasileiros. Foi também um sinal diplomático de que os Estados Unidos querem manter o time das Américas "fechado" _como se costuma dizer em equipes unidas no futebol.

Na verdade, os EUA também queriam que Beira-Mar fosse extraditado para lá. Condenado aqui a 30 anos por homicídio e tráfico, ele também é apontado como distribuidor de cocaína na América do Norte, portanto persona non grata para o DEA (o órgão policial que combate o tráfico por lá).

Só que diante da determinação brasileira em pegar o tal "Fernandinho" (viajaram para a Colômbia pelo menos 30 "autoridades" nacionais) os norte-americanos desistiram do pedido. Podiam "tumultuar" o meio-de-campo, tentar levar o bandido para ser julgado lá, como ocorre com traficantes colombianos.

Mas nada como ser um bom vizinho. Especialmente quando logo ali na esquina há um mercado de trilhões de dólares chamado Alca (Área de Livre Comércio das Américas). Mercado que precisa entrar em vigor o mais rápido possível. Para o bem da economia norte-americana e o da mundial (nessa ordem).

E inclua-se aí a Colômbia, que apóia essa "integração americana incondicional. O que é um traficantezinho dainte disso?

Risco de morte
O "inho" tem explicação: qualquer policial Civil ou Federal ou Civil sabe que Beira-Mar não é o Nº 1 do tráfico nacional. Talvez nem mesmo o Nº 3. Tem muito mais gente em cima.

Isso significa que sua vida corre risco em qualquer prisão em território brasileiro. Se não é um arquivo-vivo, Beira-Mar ao menos é uma gaveta cheia.

Mas para as polícias Federal, Civil e, principalmente, o governo do Rio de Janeiro, trazê-lo de volta era "a honra ou a morte".

Não é para menos...

Desde 97 polícias e governo levavam olé de Beira-Mar (em alguns casos, dizem, deixou-se passar a bola entre as pernas). Desde que ele fugiu de um presídio em Belo Horizonte (para variar, uma fuga suspeitíssima).

E, pior e mais humilhante: desde dezembro a Secretaria da Segurança do Rio, de Josias Quintal, vinha anunciando a prisão do traficante para "os próximos dias"; "a qualquer momento"; "uma questão de semanas"; "está-se fechando o cerco..."

(Durante algumas horas esta reportagem grafou erradamente o significado de Alca. Saiu Aliança de Livre Comércio entre as Américas, quando o certo é Área de Livre Comércio das Américas.)

Clique aqui para ler mais notícias sobre Fernandinho Beira-Mar

 

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