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28/04/2001
-
03h28
da Folha de S.Paulo
Elizângela Pio, 23, se criou trabalhando no lixão de Carapicuíba e, hoje, mantém seus cinco filhos com a venda do material que ela e o marido recolhem. Ontem foi seu último dia no local. "Estamos muito inseguros com tudo isso. Não sei se vão cumprir o que estão nos prometendo", dizia.
O sentimento era compartilhado por todos que ainda estavam no lixão, coletando o que já haviam separado no dia anterior porque, ontem, mais nenhum caminhão despejou lixo lá.
"Eu acho ruim ganhar um salário mínimo. É pouco, não dá para nada. Uma mulher consegue ganhar por mês, no lixo, até R$ 250. Um homem, que carrega ferro, chega a R$ 450", diz Elizângela.
"A prefeitura não cadastrou todo mundo que trabalha aqui. O que vai acontecer com quem não recebeu a carta?", questionava José Renato Bezerra de Mesquita, 31, há quatro anos vivendo do lixo. Ele se referia à comunicação que os catadores cadastrados receberam, convocando-os a comparecer à prefeitura na próxima quarta-feira, para se alistarem nas frentes de trabalho.
Muitos também não sabiam como iriam se manter até receber o primeiro salário com o trabalho fora do lixão, o que só deve acontecer no fim de maio. "Até lá vamos viver de quê?", indagava Simone Aparecida Leandro da
Silva, 40, catadora há um ano e meio.
Simone diz que tudo o que tem pega no lixo. "E não tenho vergonha disso", completa, mostrando restos de presunto, mortadela e queijo que come em casa e a roupa que está usando, vinda direto da "butique do lixão".
"Eu só gostaria de morar fora daqui porque os ratos imensos invadem minha casa à noite e comem meu pão antes mesmo de mim", afirma.
Simone vive na entrada do lixão, com mais 18 famílias que deverão continuar no local.
"Infelizmente não dá para resolver tudo, mas vamos fazer o possível para esse ser um programa sério para ajudar essas pessoas", afirma Fuad Chucre, prefeito de Carapicuíba.
(MV)
Catadores de lixo dizem estar inseguros com fechamento de lixão
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Elizângela Pio, 23, se criou trabalhando no lixão de Carapicuíba e, hoje, mantém seus cinco filhos com a venda do material que ela e o marido recolhem. Ontem foi seu último dia no local. "Estamos muito inseguros com tudo isso. Não sei se vão cumprir o que estão nos prometendo", dizia.
O sentimento era compartilhado por todos que ainda estavam no lixão, coletando o que já haviam separado no dia anterior porque, ontem, mais nenhum caminhão despejou lixo lá.
"Eu acho ruim ganhar um salário mínimo. É pouco, não dá para nada. Uma mulher consegue ganhar por mês, no lixo, até R$ 250. Um homem, que carrega ferro, chega a R$ 450", diz Elizângela.
"A prefeitura não cadastrou todo mundo que trabalha aqui. O que vai acontecer com quem não recebeu a carta?", questionava José Renato Bezerra de Mesquita, 31, há quatro anos vivendo do lixo. Ele se referia à comunicação que os catadores cadastrados receberam, convocando-os a comparecer à prefeitura na próxima quarta-feira, para se alistarem nas frentes de trabalho.
Muitos também não sabiam como iriam se manter até receber o primeiro salário com o trabalho fora do lixão, o que só deve acontecer no fim de maio. "Até lá vamos viver de quê?", indagava Simone Aparecida Leandro da
Silva, 40, catadora há um ano e meio.
Simone diz que tudo o que tem pega no lixo. "E não tenho vergonha disso", completa, mostrando restos de presunto, mortadela e queijo que come em casa e a roupa que está usando, vinda direto da "butique do lixão".
"Eu só gostaria de morar fora daqui porque os ratos imensos invadem minha casa à noite e comem meu pão antes mesmo de mim", afirma.
Simone vive na entrada do lixão, com mais 18 famílias que deverão continuar no local.
"Infelizmente não dá para resolver tudo, mas vamos fazer o possível para esse ser um programa sério para ajudar essas pessoas", afirma Fuad Chucre, prefeito de Carapicuíba.
(MV)
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