Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
16/05/2001 - 03h41

Urbanista vê risco de favelas verticais

Publicidade

da Folha de S.Paulo

O programa da prefeita Marta Suplicy concede um capítulo especial à moradia na região central. O Reconstruir o Centro prevê a produção de unidades habitacionais por construção em terrenos vazios ou pela reforma de prédios abandonados. O alvo principal é a população de baixa renda.

O urbanista e professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP Luiz Carlos Costa considera que a proposta necessita de um acompanhamento técnico preciso sob o risco de se criar futuras favelas verticais.

O projeto de reforma de um prédio antigo, por exemplo, tem de prever os gastos de condomínio que cada novo morador, de renda comprometida, terá de arcar. Edifícios antigos consomem muito em manutenção.

Um bom exemplo de favela vertical, considera o urbanista, está atrás da prefeitura. Trata-se do edifício São Vito, onde vivem 5.800 pessoas sob total abandono. No ano passado, um bebê caiu do 25º andar do prédio e morreu.

"Esses fatores são a parte mais óbvia da questão, e tenho certeza de que na área de habitação da prefeitura há pessoal competente para prever esses riscos. Para isso, é necessário um programa específico que inclua a ressocialização dos novos moradores", afirma.

Segundo Costa, o maior problema estará na distribuição da moradia popular no centro. "Se for feita de maneira incompetente, poderá comprometer a qualificação urbanística pretendida".

Favela
Uma das operações mais audaciosas do programa será a remoção dos moradores da favela do Gato, da várzea do rio Tamanduateí, para outra área no centro. No local, passa um gasoduto.

O plano não prevê que terreno poderá abrigar conjuntos habitacionais para esses moradores, mas aponta algumas sugestões. Uma delas é a implantação do aluguel social, com a compra e reforma de prédios, pela prefeitura, para alugá-los à população de baixa renda a preços suportáveis.

A disponibilização de terrenos em uma das áreas mais construídas da cidade foi resolvida pelo programa com a integração de 16 hectares do antigo pátio ferroviário do Pari e da orla ferroviária.

A prefeitura pretende ainda agilizar o processo de aprovação de projetos habitacionais no centro e fornecer assessoria técnica para a formação de cooperativas de habitação popular.

A criação de PRIHs (Perímetros de Reabilitação Integrada do Habitat) é outra novidade do programa. Trata-se da delimitação geográfica de bairros centrais -conjunto de quadras ocupadas por moradias precárias- para a realização de intervenções urbanísticas, com a reforma dos imóveis.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página