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21/06/2000 - 17h50

Relator da CPI da Educação diz que decisão "foi um golpe"

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RAFAEL GARCIA, repórter da Folha Online

O relator da CPI da Educação, deputado Roberto Engler (PSDB), afirmou nesta quarta-feira (21) que a conclusão da CPI, que considerou que o governo do Estado desviou mais de R$ 6 bilhões da verba do ensino público entre 95 e 99, "foi um golpe, uma coisa vil".

Estava marcada para as 14h30 de hoje a votação de dois pareceres sobre as investigações de supostas irregularidades do governo no ensino público. Após oito meses, Engler conclui em seu relatório que nenhuma das suspeitas era procedente. Já o presidente da CPI, César Callegari (PSB) e os deputados Mariângela Duarte (PT) e Wadih Helú (PPB) prepararam um voto em separado que apontava 14 pontos em que governo teria cometido desvios de verba.

Os dois relatórios foram apresentados ontem aos deputados da comissão (além dos quatro já citados, faziam parte da comissão os governistas Milton Flávio, do PSDB, líder do governo na Assembléia, Nelson Salomé, PL, e Edmir Chedid, PFL) que deveriam votar hoje.

Às 14h30 em ponto, com a ausência dos deputados de situação no local, a oposição agiu rápido e aprovou o seu próprio parecer, que se tornou o oficial da CPI. Sem a presença de Salomé, os oposicionistas conseguiram que Edson Ferrarini, também do PL, o substituísse. Ele votou contra o governo, e a oposição aprovou o relatório por 4 x 0.

Para contar com Ferrarini, os deputados dependeram da assinatura do presidente da Assembléia, Vanderlei Macris (PSDB). Engler afirma que essa foi a ação mais "golpista" da oposição. "Eles se aproveitaram enquanto Macris passava por momento psicológicos dramáticos", disse.

Por "momentos dramáticos" entenda-se o momento em que Macris dava uma entrevista coletiva para desmentir uma matéria da Rede Globo que dizia que ele estava sendo investigado pelo Ministério Público, que também negou a informação.

Engler reclama que a votação da CPI não esperou os 15 minutos de tolerância para que os outros deputados chegassem. De fato, a sessão durou cinco minutos, das 14h30 às 14h35. "Agora o relatório vai para o Ministério Público e eles vão dar risada", disse o relator, que não vê consistência nas denúncias de desvio.

Apesar das reclamações de Engler, não há como recorrer da ação dos oposicionistas.

O governador Mário Covas afirmou que não vai se pronunciar até conhecer a íntegra do relatório da CPI.

Leia também:

CPI conclui que governo de SP desviou R$ 6 bi da Educação

Veja a íntegra do relatório da CPI

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