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Fapesp corta verba para panfleto que orientava consumo de ecstasy
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DANIEL BERGAMASCO
da Folha de S.Paulo
A Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) anunciou ontem a suspensão de uma bolsa de R$ 4.200 mensais para o Balada Boa, projeto de pós-doutorado da USP (Universidade de São Paulo) que distribuía panfletos com dicas sobre o uso de ecstasy.
Divulgado em boates como Vegas e D-Edge, o material orienta: "Se você pretende consumir ecstasy, evite fazê-lo sozinho, tome líquidos não-alcoólicos sem exagero, use roupas leves e descanse a cada meia hora, quando dança". A notícia da distribuição foi publicada pelo site G1.
"Não entendo a polêmica. É uma estratégia internacional conhecida como redução de danos [para usuários de drogas]", diz Maria Teresa Araujo Silva, supervisora do projeto. Stella Almeida, autora do trabalho de pós-doutorado, diz que o material "fala com o usuário, não com um leigo". Vegas e D-Edge seriam, então, redutos de usuários? "São pessoas que sabem o que é [a droga], que têm contato com esse universo."
Stella diz que 32 mil panfletos foram impressos. Neles, há uma remissão para o site do Balada Boa, que tem um questionário para o usuário preencher.
A Fapesp disse, em nota, que a suspensão continua "até que sejam averiguados completamente os fatos".
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