Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
10/06/2001 - 09h44

Cancelamento de visitas provoca tensão em presídio de Piraquara (PR)

Publicidade

LÍVIA MARRA
da Folha Online

O cancelamento das visitas, hoje, está deixando mais tenso o clima na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Piraquara, região metropolitana de Curitiba (PR). Desde quarta-feira (6), 26 agentes penitenciários são mantidos como reféns, após uma tentativa frustrada de fuga.

A Polícia Militar reforçou a segurança ao redor da PCE para evitar fuga em massa. Ontem, foi descoberta terra vermelha no pátio do presídio. A polícia acredita que os presos estejam cavando túneis nas laterais do prédio.

Para terminar a rebelião, os presos exigiram a transferência dos 23 líderes do movimento para outros Estados. As transferências já foram confirmadas pela Secretaria da Segurança Pública e deveriam ter ocorrido na manhã deste sábado. Por determinação dos próprios presos, as transferências foram adiadas para amanhã.

Hoje seria dia de visitas na PCE. O fato preocupa as autoridades locais, porque a rebelião _até agora concentrada no grupo que pede transferência_ pode se espalhar e gerar confrontos entre os líderes do movimento e os outros presos, que querem ver os parentes.

Familiares dos detentos já se concentram próximo ao presídio. Parentes dos agentes reféns também estão no local aguardando o fim da rebelião.

Segundo a Polícia Militar, os parentes dos presos são mantidos à distância do portão da PCE. As vias de acesso ao local foram bloqueadas.

Os presos dizem que a comida está terminando no presídio. Os rebelados dizem ainda que estão fortemente armados e que possuem oito granadas, mas garantem que os reféns não estão feridos. Eles exibem uma faixa do PCC (Primeiro Comando da Capital).

A PCE, o maior presídio do Paraná, abriga atualmente 1.370 detentos.

Negociações
Por volta das 17h de quinta-feira (7), os rebelados enviaram ao secretário da Segurança, José Tavares, uma lista com 23 nomes e Estados para transferências.

Inicialmente, os rebelados pediriam 15 transferências _que seriam os líderes dos movimentos. Ao apresentar a lista, os presos apresentaram mais oito nomes.

As negociações com os Estados começaram a ser feitas no mesmo dia. As transferências, conforme a secretaria, serão realizadas por meio de permutas entre presos dos Estados.

As transferências deveriam ter ocorrido às 9h deste sábado. Segundo a assessoria de imprensa, os presos seriam levados de avião para o Acre e Pará. Para os demais Estados [São Paulo, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul], a transferência seria por terra, com escolta da Polícia Militar. No entanto, após o anúncio, os presos reivindicaram que as transferências sejam feitas na segunda-feira.

PCC
Entre os 13 presos que deverão vir para presídios paulistas está o líder do motim, José Márcio Felício, o Geléia, apontado pela polícia de São Paulo como o principal líder do PCC (Primeiro Comando da Capital) e como o mentor do sequestro da filha do diretor da Casa de Custódia de Taubaté (130 km de SP), José Ismael Pedrosa.

Geléia estava detido na Penitenciária Provisória de Curitiba. Na semana passada, de acordo com a secretaria, Geléia foi transferido para Brasília, em permuta com um detento paranaense.

No entanto, segundo a secretaria, ao chegar em Brasília, as autoridades se recusaram a receber Geléia _provavelmente após analisar que se tratava de um preso perigoso_ e o mandaram de volta para o Paraná. Geléia foi então levado para a PCE, considerada de segurança máxima.

Leia especial sobre presídios

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página