Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
03/07/2007 - 17h29

Mesmo com suspensão de vôos, Infraero registra 19,5% de atrasos no país

Publicidade

da Folha Online

Levantamento da Infraero (estatal que administra os aeroportos) apontou que 19,5% dos 1.138 pousos e decolagens no país registraram atrasos de mais de uma hora entre as 0h e 15h desta terça-feira. Ao menos 126 vôos --11%-- foram cancelados.

A suspensão dos vôos no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (Grande São Paulo), entre a noite de segunda (2) e a manhã de hoje provocou um efeito cascata, com filas e transtornos aos passageiros em outros terminais do país. O fechamento foi provocado por um nevoeiro sobre a região de Cumbica, de acordo com a Infraero (estatal que administra os aeroportos).

Além de Cumbica, um nevoeiro também obrigou a suspensão dos pousos e decolagens no aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, informou a Infraero. As operações no terminal ficaram suspensas até as 11h de hoje. Com isso, o aeroporto registrou o maior percentual de atrasos até as 15h --46,6% dos 45 vôos tiveram atrasos superiores a uma hora.

Na seqüência do ranking de atrasos apareceu o aeroporto de Recife, com 32,4% dos 37 pousos e decolagens atrasados. Ao menos sete vôos --18,9%-- foram cancelados.

Já o aeroporto de Cumbica registrou 20,5% de atrasos com mais de uma hora, de acordo com a Infraero. Foram 112 vôos no período e 23 deles tiveram atrasos de mais de uma hora. Outros 17 (15,1%) foram cancelados.

O aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, --que abre às 6h-- registrou 8% de atrasos nos 162 vôos programados até as 15h. Também foram cancelados 11,7%.

No aeroporto Tom Jobim, no Rio, os passageiros enfrentaram atrasos em 15% dos cem vôos agendados no período. Outros 16% foram cancelados.

A situação nesta tarde nos aeroportos aparentava mais tranqüilidade. Pela manhã, os passageiros reclamavam dos atrasos e da falta de perspectiva de embarque, principalmente no aeroporto de Cumbica, onde muitos passaram a noite por conta da interrupção dos vôos.

Raimundo Pacco/Folha Imagem
Vôo que seguia para Fortaleza atrasa, e passageiros se recusam a deixar avião, em SP
Vôo que seguia para Fortaleza atrasa, e passageiros se recusam a deixar avião, em SP

Defesa do consumidor

A recomendação dos órgãos de defesa do consumidor é para que os passageiros prejudicados cobrem seus direitos na Justiça. Para isso, devem guardar notas fiscais de lanches, táxis ou gastos com hospedagem.

O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) criou uma campanha "Apagão aéreo: exija respeito e o fim da crise!". O instituto disponibiliza em seu site um modelo de ação que pode ser preenchido pelo próprio interessado, sem necessidade de auxílio de um advogado.

A Fundação Procon disponibiliza em seu site uma cartilha elaborada em dezembro de 2006 dando orientações ao consumidor. Com quatro páginas, é possível inclusive imprimi-la, dobrá-la e mantê-la na carteira.

Seqüência de problemas

O governo afirma que os novos atrasos são resultado das condições meteorológicas, ao contrário da última crise do setor aéreo, no final de junho, quando a Aeronáutica atribuiu os problemas aos controladores de tráfego aéreo, afastou profissionais do Cindacta-1 (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo), com sede em Brasília, e anunciou medidas para controlar a situação.

A recente seqüência de atrasos começou na noite da última sexta-feira e atrapalharam as viagens no primeiro fim de semana das férias de julho. Os atrasos foram causados principalmente pelo fechamento de Congonhas (zona sul de São Paulo) devido a um forte nevoeiro, na noite de sexta (29); e pelo seqüenciamento de vôos instalado no aeroporto de Guarulhos (Grande SP) pelo Comando da Aeronáutica. Com a ordem, o espaçamento entre pousos e decolagens, que normalmente não passa de quatro, foi de até sete minutos.

Na manhã de segunda, até o presidente da Infraero enfrentou atraso para embarcar de Brasília para o Rio. "Evidentemente os passageiros não estavam satisfeitos com o atraso, nem eu", afirmou. Para Pereira, a crise aérea poderia ser resolvida com a implementação de um plano aeroviário --que incluiria mudanças na estrutura dos aeroportos e no tráfego aéreo.

Ao se referir sobre os problemas enfrentados no fim de semana pelos passageiros, o brigadeiro José Carlos Pereira afirmou que a malha aérea "foi para o espaço" devido a problemas meteorológicos, que causaram atrasos em um efeito cascata.

A Anac, em nota, afirmou que fiscaliza "rigorosamente e cotidianamente os eventos relacionados com a operação da aviação civil brasileira" e que "as concessionárias serão autuadas caso não estejam compatíveis".

Colaboraram GABRIELA MANZINI, da Folha Online, LÍVIA MARRA, editora de Cotidiano da Folha Online, e MARTHA ALVES, da Agência Folha

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página