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19/06/2001 - 03h31

Roubos a bilheterias do Metrô crescem 35%

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SÍLVIA CORRÊA
da Folha de S.Paulo

A média mensal de assaltos às bilheterias do Metrô (Companhia do Metropolitano de São Paulo) aumentou 35% este ano em comparação ao ano passado.

De acordo com dados da Delegacia de Polícia do Metrô (Delpom), foram 218 casos até o último sábado, contra 353 assaltos em 2000. Por mês, a média deste ano é de 39,6 roubos. Em 2000, foram 29,4 ocorrências mensais.

O crescimento preocupa os funcionários e a companhia. O Sindicato dos Metroviários de São Paulo promete parar as bilheterias das 46 estações durante dez minutos amanhã -das 14h às 14h10- para pedir o apoio da população às suas reivindicações.

Eles querem a blindagem das cabines de venda de bilhetes, o aumento do efetivo de segurança das estações de 690 para mil homens e o início de uma operação de combate aos vendedores clandestinos de bilhetes.

"Estamos tentando impedir situações piores e vamos tentar sensibilizar os passageiros", diz o presidente do sindicato dos metroviários, Onofre de Jesus, 49.

O Metrô admite ter problemas com o crescimento de assaltos às bilheterias e diz que, até o final do ano, aumentará em 110 homens o quadro de seguranças, além de planejar a extinção dos bilhetes de papel até 2003.

Os bilhetes não são segurados, e, a cada roubo, é levado, em média, o equivalente a R$ 300 -mas alguns ultrapassam os R$ 100 mil.

Rodízio de câmeras
No final da tarde de ontem, cerca de 15 sindicalistas distribuíram uma carta aos passageiros na estação Ana Rosa. Na carta, eles relatam que, naquela estação, sábado, após entregar R$ 146 mil em bilhetes a uma quadrilha, uma funcionária foi feita refém por 22 horas e submetida a agressões.

O sindicato afirma que essa foi a quarta ocorrência da semana passada na estação Ana Rosa.

A polícia ainda investiga as circunstâncias do crime. O cofre, programada para ser temporizado -fechado até determinado horário-, estava aberto. A funcionária deverá ser ouvida hoje.

O suposto assalto, porém, não foi filmado, de acordo com o delegado Valdir de Oliveira Rosa, porque o Metrô transferiu a câmera para outra estação no começo do mês. O Metrô confirma não ter câmeras para todas as 46 estações (240 guichês) e fazer rodízio dos equipamentos. O problema, segundo a companhia, será solucionado por um novo sistema de segurança, que começa a ser testado este ano na estação República.

Desemprego
A polícia, que forneceu os dados de aumento das ocorrências, atribui o fenômeno à falta de emprego para os jovens da periferia e afirma que a falha não está na apuração dos crimes.

"Este ano, já prendemos 37 pessoas. No ano passado, foram 35 presos, em geral menores", diz o delegado Rosa, que enxerga uma migração da criminalidade.

"No começo do ano, eles agiam muito na zona leste -Tatuapé, Belém, Artur Alvim. Fizemos uma grande investigação e prendemos muita gente. Em abril, os índices caíram. Mas, em maio, cresceram na linha norte-sul".
 

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