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Oposição cobra de Lula demissão de assessor por gesto obsceno
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GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
Em nota oficial, o presidente do PSDB, Tasso Jereissati (CE), cobrou hoje uma "enérgica atitude" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o gesto obsceno de seu assessor para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia. Tasso afirma que o assessor foi flagrado "em explícita cena de regozijo" ao constatar que uma falha mecânica pode ter causado o acidente com o Airbus-A320 da TAM. As imagens já estão na internet, na internet, na página do site YouTube.
"Atitudes dessa natureza são inaceitáveis e ofendem a toda a população brasileira, ainda consternada com a maior tragédia da aviação nacional. O menosprezo ao drama das famílias e a falta de sensibilidade demonstrada repetidamente por membros do governo federal reclamam uma imediata e enérgica atitude do senhor presidente da República", defendeu Tasso.
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), afirmou que o país assistiu de forma "estarrecida" o gesto de Garcia. "Como se isso aliviasse a dor das famílias enlutadas e afastasse a responsabilidade de um governo que, há mais de nove meses, demonstra a mais cabal incompetência para lidar com o apagão aéreo", criticou.
Na opinião de Virgílio, o governo agiu com "sucessivas trapalhadas" para tentar controlar a crise aérea do país. "Impõe-se, sem demora, a demissão da ministra do Turismo [Marta Suplicy], do assessor especial, do ministro da Defesa [Waldir Pires] e do presidente da Infraero [José Carlos Pereira]."
A exemplo de Virgílio, o presidente do PPS, Roberto Freire (PE), também cobrou a demissão de Garcia. "Mais de 200 pessoas morreram e o senhor Marco Aurélio está preocupado com a reputação do governo ao qual ele serve. Causa repulsa a qualquer brasileiro. É insustentável a permanência desse senhor no governo, o que multiplicaria o escárnio do episódio e submeteria a nação a monstruosa humilhação", disse Freire.
Gesto
Depois de assistir ontem à noite reportagem do "Jornal Nacional", da Globo, que aponta falhas no reversor da TAM como causa do acidente com o Airbus, Garcia fez por três vezes o gesto em que se bate a palma da mão estendida contra a outra mão, fechada.
Seu assessor, Bruno Gaspar, também fez outro gesto obsceno para comemorar o fato de o governo não ser, aparentemente, responsável pelo acidente.
Garcia inicialmente negou a comemoração, mas depois disse que no momento apenas extravasou a "conclusão de que o acidente pode ter sido mais complexo do que em princípio chegaram a levantar".
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