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Presidente da Infraero admite que transporte aéreo passa por situação caótica
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GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
O presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, admitiu hoje que o sistema aéreo brasileiro vive uma situação "caótica" com sucessivos atrasos e cancelamentos de vôo em todo o país. "Quando você tem mil passageiros com vôos cancelados e, no dia seguinte, a mesma empresa tem que transportar outros mil passageiros, é óbvio que teremos um acréscimo de passageiros. Se a situação permanecer, teremos situação caótica", afirmou.
Pereira disse que a situação no aeroporto de Congonhas é "muito ruim", mas ressaltou que o governo "já tomou as medidas cabíveis" na tentativa de minimizar os efeitos da crise desencadeada após o acidente com o Airbus-A320 da TAM, na terça-feira passada (17). O acidente, o maior da história do país, deixou cerca de 200 mortos.
Segundo o brigadeiro, a Infraero trabalha para liberar a pista principal do terminal de Congonhas --que está interditada desde o dia do acidente-- para reduzir os impactos desse fechamento no resto do país.
"Não se pode mexer em vestígio para não alterar a cena do acidente. A Polícia Federal fez um trabalho bastante meticuloso. Na noite em que houve o deslizamento [da cabeceira da pista], pretendíamos abrir a pista. Mas a chuva em São Paulo prejudicou esse trabalho, o que nos impediu de reabrir", disse.
O brigadeiro reiterou que a determinação da Infraero é começar a instalar o grooving (ranhuras que evitam o deslizamento das aeronaves) na pista principal de Congonhas antes da sua reabertura. "A minha determinação é que a ranhura, se possível, comece hoje ainda. Como a pista ainda não está operando, a determinação é fazer isso de imediato."
Pista
O presidente da Infraero justificou a rapidez para a conclusão nas obras de Congonhas com o argumento de que havia necessidades operacionais para reduzir a crise nos aeroportos. O brigadeiro negou, no entanto, que tenha sofrido pressões das companhias aéreas para liberar rapidamente as operações na pista principal de Congonhas após as obras.
"Fizemos a pista em tempo rápido devido a necessidades operacionais --inclusive para dar resposta à situação aérea do país. Mas não houve pressão de empresas aéreas. Não houve de forma nenhuma pressão, e nem seria aceita por nós da Infraero", enfatizou.
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