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29/06/2001
-
19h24
GUTO GONÇALVES
da Folha Online
O advogado Vicente Cascione se utilizou de duas horas e 40 minutos para provar aos jurados sua principal tese de que o massacre do Carandiru nada mais foi do que um conflito entre policiais militares e detentos rebelados. Ele utilizou tons emocionais na tentativa de conquistar os sete jurados.
"Com a condenação desse homem [apontando para o coronel] acabou a polícia, a polícia boa que morre nas ruas combatendo com coragem os bandidos", disse.
Na defesa do coronel, o advogado apelou aos jurados para que julgassem Ubiratan sem pensar em interesses políticos ou na mídia, e que se prendessem às provas materiais.
"Não sou a favor daqueles que dizem que o coronel estava certo ao matar presos e que ele deveria acabar com todos, mas também não partilho da idéia daqueles que dizem que o coronel deve ser um símbolo do fim da impunidade. É necessário julgar com atenção aos fatos"
O advogado insistiu várias vezes, durante sua fala, que Ubiratan é o bode expiatório de acusações infundadas.
Em determinado momento de sua exposição, Cascione afirmou que não houve disparos no quinto andar, em certa ala, por ser ocupada por presos crentes e evangélicos que nada tiveram com o conflito.
O advogado fez críticas duras ao Ministério Público, acusando promotores de fazerem política, e não de se aterem aos fatos. Ele chegou até a acusar o ex-procurador geral do Estado, Luiz Antônio Marrey de ser oportunista.
O defensor de Ubiratan disse que esse julgamento não pode se tornar uma grande hipocrisia. Dirigindo-se aos jurados relembrou que o voto é secreto e que eles devem julgar segundo as próprias consciências.
Ao dizer que o coronel não pode ser julgado pelos crimes, o advogado comparou a uma situação em que o PM invadisse uma casa e estuprasse uma mulher.
"De quem seria a culpa? Do PM ou o comandante", perguntou o advogado
Após duas horas e 40 minutos de exposição, mesmo tempo da acusação, a juíza Maria Cristina Cotrofe interrompeu os trabalhos por 40 minutos.
O próximo passo é a réplica dos promotores, que deverá ter duração de meia hora.
Leia mais sobre o massacre do Carandiru.
Advogado de Ubiratan usa "emoção" para convencer jurados
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da Folha Online
O advogado Vicente Cascione se utilizou de duas horas e 40 minutos para provar aos jurados sua principal tese de que o massacre do Carandiru nada mais foi do que um conflito entre policiais militares e detentos rebelados. Ele utilizou tons emocionais na tentativa de conquistar os sete jurados.
"Com a condenação desse homem [apontando para o coronel] acabou a polícia, a polícia boa que morre nas ruas combatendo com coragem os bandidos", disse.
Na defesa do coronel, o advogado apelou aos jurados para que julgassem Ubiratan sem pensar em interesses políticos ou na mídia, e que se prendessem às provas materiais.
"Não sou a favor daqueles que dizem que o coronel estava certo ao matar presos e que ele deveria acabar com todos, mas também não partilho da idéia daqueles que dizem que o coronel deve ser um símbolo do fim da impunidade. É necessário julgar com atenção aos fatos"
O advogado insistiu várias vezes, durante sua fala, que Ubiratan é o bode expiatório de acusações infundadas.
Em determinado momento de sua exposição, Cascione afirmou que não houve disparos no quinto andar, em certa ala, por ser ocupada por presos crentes e evangélicos que nada tiveram com o conflito.
O advogado fez críticas duras ao Ministério Público, acusando promotores de fazerem política, e não de se aterem aos fatos. Ele chegou até a acusar o ex-procurador geral do Estado, Luiz Antônio Marrey de ser oportunista.
O defensor de Ubiratan disse que esse julgamento não pode se tornar uma grande hipocrisia. Dirigindo-se aos jurados relembrou que o voto é secreto e que eles devem julgar segundo as próprias consciências.
Ao dizer que o coronel não pode ser julgado pelos crimes, o advogado comparou a uma situação em que o PM invadisse uma casa e estuprasse uma mulher.
"De quem seria a culpa? Do PM ou o comandante", perguntou o advogado
Após duas horas e 40 minutos de exposição, mesmo tempo da acusação, a juíza Maria Cristina Cotrofe interrompeu os trabalhos por 40 minutos.
O próximo passo é a réplica dos promotores, que deverá ter duração de meia hora.
Leia mais sobre o massacre do Carandiru.
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