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29/06/2001
-
23h46
GUTO GONÇALVES
da Folha Online
O coronel da reserva Ubiratan Guimarães foi condenado a seis anos por cada um dos 111 assassinatos de presos do Carandiru, no dia 2 de outubro de 1992, no que ficou conhecido como massacre do Carandiru. No total, a pena chega a 632 anos, mas ele não cumprirá mais que 30, segundo a lei brasileira.
A sessão secreta que definiu a sentença começou às 22h. Surpreendeu aos promotores de Justiça e à própria defesa a rapidez com que o júri decidiu a sentença. Por volta das 23h30, a sentença, lida pela juíza Maria Cristina Cotrofe já estava sendo redigida.
A mulher, o filho, amigos e policiais estiveram Fórum Ministro Mário Guimarães, na Barra Funda, zona oeste de São Paulo, acompanhando a divulgação da sentença do coronel Ubiratan.
Os jurados ficaram confinados durante dez dias, incomunicáveis. Neste período, não puderam entrar em contato com a família ou amigos.
Os sete jurados foram proibidos de comentar o julgamento entre eles. Eles receberam, na fase final do julgamento, perguntas formuladas pela juíza Maria Cristina Cotrofe, em relação aos 111 mortes e cinco tentativas de homicídios.
Ao final de 10 dias de julgamento, eles aparentavam cansaço no julgamento mais longo da história do Judiciário de São Paulo.
A questão mais importante era a de número três _a que questionava sobre a participação e responsabilidade do coronel no massacre.
O julgamento demorou dez dias, quando foram ouvidas 15 testemunhas _dez da acusação e cinco da defesa.
Guimarães, 58 anos, foi condenado também por irregularidades como ter indicado 4 capitães da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) para comandar o massacre em cada um dos andares do pavilhão 9.
Além dos 111 mortos houve mais de 120 feridos. Embora não seja ilegal, a Rota só deve ser usada em último caso numa operação interna. A acusação afirma que a situação não estava descontrolada, e que os detentos já haviam entregue armas, como facas e estiletes.
O massacre do Carandiru teve repercussão internacional devido à quantidade de mortos envolvidos e também pela forma como os presos foram abordados e mortos pela polícia.
O julgamento foi marcado por acusações mútuas entre defesa e a acusação. Nesta sexta-feira, o Tribunal de Justiça de São Paulo rejeitou o pedido de suspensão do julgamento do coronel. O pedido havia sido feito pelos advogados que defendem 48 PMs que participaram do massacre do Carandiru em outubro de 1992.
Os promotores que acusavam o coronel Ubiratan Guimarães pelo massacre decidiram responsabilizá-lo pelas mortes de 102 detentos, e não 111 como no início do processo.
Para a promotoria, no dia do massacre ocorreram nove mortes provocadas por "armas brancas", com facas e/ou estiletes, provocando dúvida sobre a autoria dos crimes. As mortes por "armas brancas" podem ter sido provocadas durante briga entre os próprios presos.
Leia mais sobre o massacre do Carandiru.
Coronel Ubiratan é condenado a mais de 600 anos, mas só cumprirá 30
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da Folha Online
O coronel da reserva Ubiratan Guimarães foi condenado a seis anos por cada um dos 111 assassinatos de presos do Carandiru, no dia 2 de outubro de 1992, no que ficou conhecido como massacre do Carandiru. No total, a pena chega a 632 anos, mas ele não cumprirá mais que 30, segundo a lei brasileira.
A sessão secreta que definiu a sentença começou às 22h. Surpreendeu aos promotores de Justiça e à própria defesa a rapidez com que o júri decidiu a sentença. Por volta das 23h30, a sentença, lida pela juíza Maria Cristina Cotrofe já estava sendo redigida.
A mulher, o filho, amigos e policiais estiveram Fórum Ministro Mário Guimarães, na Barra Funda, zona oeste de São Paulo, acompanhando a divulgação da sentença do coronel Ubiratan.
Os jurados ficaram confinados durante dez dias, incomunicáveis. Neste período, não puderam entrar em contato com a família ou amigos.
Os sete jurados foram proibidos de comentar o julgamento entre eles. Eles receberam, na fase final do julgamento, perguntas formuladas pela juíza Maria Cristina Cotrofe, em relação aos 111 mortes e cinco tentativas de homicídios.
Ao final de 10 dias de julgamento, eles aparentavam cansaço no julgamento mais longo da história do Judiciário de São Paulo.
A questão mais importante era a de número três _a que questionava sobre a participação e responsabilidade do coronel no massacre.
O julgamento demorou dez dias, quando foram ouvidas 15 testemunhas _dez da acusação e cinco da defesa.
Guimarães, 58 anos, foi condenado também por irregularidades como ter indicado 4 capitães da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) para comandar o massacre em cada um dos andares do pavilhão 9.
Além dos 111 mortos houve mais de 120 feridos. Embora não seja ilegal, a Rota só deve ser usada em último caso numa operação interna. A acusação afirma que a situação não estava descontrolada, e que os detentos já haviam entregue armas, como facas e estiletes.
O massacre do Carandiru teve repercussão internacional devido à quantidade de mortos envolvidos e também pela forma como os presos foram abordados e mortos pela polícia.
O julgamento foi marcado por acusações mútuas entre defesa e a acusação. Nesta sexta-feira, o Tribunal de Justiça de São Paulo rejeitou o pedido de suspensão do julgamento do coronel. O pedido havia sido feito pelos advogados que defendem 48 PMs que participaram do massacre do Carandiru em outubro de 1992.
Os promotores que acusavam o coronel Ubiratan Guimarães pelo massacre decidiram responsabilizá-lo pelas mortes de 102 detentos, e não 111 como no início do processo.
Para a promotoria, no dia do massacre ocorreram nove mortes provocadas por "armas brancas", com facas e/ou estiletes, provocando dúvida sobre a autoria dos crimes. As mortes por "armas brancas" podem ter sido provocadas durante briga entre os próprios presos.
Leia mais sobre o massacre do Carandiru.
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