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Fundação nega risco de contrair Chagas com polpa processada de açaí
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THIAGO REIS
da Agência Folha
O açaí que é consumido em boa parte do Brasil não corre o risco de estar contaminado. É o que afirma a Funed (Fundação Ezequiel Dias), referência nacional no diagnóstico de doença de Chagas.
"O que é consumido [fora do Norte e Nordeste] é a polpa industrializada, que sofre o processo de pasteurização", diz a chefe do serviço de doenças parasitárias da fundação, Eliana Furtado Moreira.
No processo de pasteurização, a polpa do açaí é aquecida durante alguns segundos a temperaturas entre 80C e 90C, e depois é imediatamente resfriada. Esse processo elimina o agente causador da doença de Chagas.
Além disso, a polpa vendida é congelada, o que elimina a possibilidade de o protozoário Trypanosoma cruzi estar presente na fruta.
O Pará é o principal produtor da fruta no país. Além de abastecer o mercado interno, exporta parte da produção.
Sem risco
"No nordeste do Pará, na bacia do [rio] Marajó e na região Guajarina, o açaí é um alimento mais consumido que o feijão com arroz. Há também a importância econômica que ele rende para a economia do Estado, que produz algo em torno de 150 a 250 mil toneladas do produto para exportação", diz o médico Aldo Valente.
A presidente do Sindfrutas (Sindicato das Indústrias de Frutas e Derivados do Estado Pará), Ana Clara Boralli, diz que há todo um cuidado no manejo do açaí e, por isso, o risco de obter uma doença é "zero".
"Todas as empresas congelam o produto. Ele entra na câmara, onde a temperatura passa de -30C. Isso sem contar antes com a pasteurização e a higienização", afirma.
"Esses surtos só ocorrem em regiões onde o processamento é artesanal, onde há os "maquineiros" ou "batedores", que não têm procedimento rigoroso. Eles usam a fruta de qualquer jeito, não usam água tratada."
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