Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
09/07/2001 - 07h23

Acusado de explodir bomba em Fokker-100 tem julgamento incerto

Publicidade

ANDREA MARTINS
do Agora São Paulo

Quatro anos depois de uma explosão num Fokker-100 da TAM não se sabe se o professor Leonardo de Castro irá a julgamento. Ele foi indiciado pela Polícia Federal e acusado de ter provocado a explosão que matou o engenheiro Fernando Caldeira de Moura.

Castro era um dos 55 passageiros do vôo 283, que fazia a rota Vitória (ES)-São Paulo, com escala em São José dos Campos.

O engenheiro foi expelido para fora da aeronave a uma altitude de 2.400 metros, quando o avião sobrevoava Suzano, na Grande São Paulo.

O advogado do professor, Tales Castelo Branco, afirma que seu cliente vive atualmente com duas irmãs em Divinópolis, Minas Gerais, cidade onde nasceu.

"Ele revela um humor normal, que transmite sensação de ser uma pessoa boa, correta e honesta. Mas parece que vive em um mundo à parte".

A principal alegação da defesa é que o professor não tem condições de responder por seus atos. "É um dos maiores absurdos afirmar a sanidade do professor. Ele é totalmente confuso, não se consegue entender o que diz", afirma o advogado.

O processo sobre o caso está em fase final de instrução. Castelo Branco aguarda pronunciamento da Justiça sobre um requerimento em que pede para ter acesso a todas as provas que a polícia afirma ter contra o professor. "Estou aguardando a posição oficial".

O passo seguinte do processo será a apresentação das alegações finais da acusação, feita pelo Ministério Público, e da defesa. Em seguida, o juiz vai decidir se o professor deverá ir a julgamento.

Supostas provas foram colhidas na casa do professor e dentro da aeronave. Entre elas, um par de luvas com vestígios químicos idênticos aos da bomba e uma valise preta com uma caixa de papelão com um adesivo escrito "protótipo".

A palavra teria sido datilografada em uma máquina de escrever da marca Olivetti apreendida no apartamento.

"As provas são contundentes, não há a menor dúvida quanto à autoria", diz o procurador da República Paulo Taubemblatt. "Além disso, o professor fez 13 seguros de vida dias antes da explosão".

Três dias depois da explosão do avião, o professor foi atropelado por um ônibus na avenida Santo Amaro. Castro ficou mais de cem dias internado. "Ele sofreu uma lesão muito grande no cérebro. Há laudos no processo de profissionais idôneos afirmando que ele não é responsável".

A acusação contesta. Peritos do Imesc (Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo) concluíram que o professor pode ser responsabilizado criminalmente pela explosão.

Leia mais sobre o acidente que matou o comandante Rolim
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página