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10/07/2001 - 03h22

PM tenta achar líderes pró-greve entre PMs

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GILMAR PENTEADO
da Folha de S.Paulo

O comandante-geral da PM de São Paulo, coronel Rui César Melo, afirmou ontem que tenta identificar policiais que estariam incitando a greve na tropa.

"A PM está mobilizada para identificar lideranças negativas, que serão tratadas como desordeiros", disse Melo.

Entidades de policiais militares e civis fazem assembléia hoje, quando podem definir alguma forma de paralisação.

Ontem, usando faixas e nariz de palhaço, policiais civis e PMs da reserva protestaram contra o governador Geraldo Alckmin (PSDB) durante o desfile em homenagem à Revolução Constitucionalista de 1932.

O governo deu aumento de 6% a 10% sobre o salário-base para todos os policiais e fixou piso (mínimo valor bruto recebido) de R$ 1.000 para soldado e R$ 2.500 para delegados e oficiais da PM em início de carreira. A categoria reivindica 41,04% para todas as funções.

Melo afirmou não acreditar em greve. A Constituição proíbe que um PM da ativa faça greve ou seja sindicalizado. Já um policial da reserva pode sofrer punição administrativa -prisão no quartel, por exemplo- se a PM apontar quebra de disciplina.

"Não há a menor possibilidade de greve. O que podem existir são grupos de maus profissionais que, de forma inconsequente, alimentam essa possibilidade".

Segundo o comandante-geral, nenhuma "liderança negativa" foi identificada até agora pela Corregedoria da PM, que tem intimado vários policiais para depor.

No mês passado, dois dirigentes da Associação Nacional de Cabos e Soldados foram chamados para explicar declarações à imprensa e falar sobre um movimento clandestino chamado "união dos policiais", que estaria pregando uma "greve branca" (atender só os cargos de urgência) na PM.

O presidente da Associação de Cabos e Soldados, deputado estadual Wilson Morais (PSDB), afirmou que Melo tem o direito de fazer a investigação, mas nega que a entidade incite ou concorde com mobilizações grevistas.

Manifestação
Segundo manifestantes, a tropa de choque tentou convencê-los a não usar faixas e o nariz de palhaço durante o desfile. Um pelotão chegou a enfileirar-se para isolar os manifestantes, mas deixou o local quando as entidades prometeram que o ato seria pacífico.

A delegada aposentada Maria Lima Mattos, 58, chegou a usar algemas e a colocar um cartaz no pescoço para protestar contra o reajuste e a falta de armamento da polícia no Estado.

"Uma manifestação com faixas faz parte da democracia. Mas esse é o limite do governo", afirmou Alckmin. Ele disse não acreditar na possibilidade de greve.
 

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