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10/07/2001 - 12h22

Policiais descartam greve mas ameaçam com protestos em SP

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MILENA BUOSI
da Folha Online

Policiais civis e militares de São Paulo descartam no momento entrar em greve e analisam realizar manifestações nos próximos dias contra projeto do governo que concede aumento de 6% a 10% sobre o salário base. A categoria reivindica 41,04%. Pela primeira vez na história, policiais civis e militares realizam uma reivindicação salarial unificada.

Segundo o presidente do Sindicato dos Delegados do Estado de São Paulo, Paulo Siquetto, estão sendo discutidas, em assembléia realizada desde às 10h30 de hoje, atos como caminhada na avenida Paulista e apoio das mulheres de policiais militares.

No caso das mulheres, elas podem realizar manifestações em frente aos batalhões. A Constituição proíbe que um PM da ativa faça greve ou seja sindicalizado. Já um policial da reserva pode ser punido administrativamente.

"O governo não colocou no papel a íntegra do projeto. Precisamos analisar a proposta. A paralisação seria o extremo", disse Siquetto.

O projeto de lei só deverá ser analisado pela Assembléia Legislativa em agosto, já que a Casa está em recesso. "A princípio a greve está suspensa. Queremos ter acesso ao projeto primeiro", afirmou Nilson Lima Faustino, do Sindicato dos Investigadores do Estado.

Pela proposta do governo, os operacionais da polícia receberão aumento de 10% sobre o salário-base. No nível médio, o reajuste será de 8%; e no nível superior, acima de major, de 6%. Na Polícia Civil, o menor salário para o quadro operacional passa a ser de R$ 1.000 em cidades com menos de 50 mil habitantes; de R$ 1.050 para cidades entre 50 mil e 200 mil habitantes; de R$ 1.100 para aquelas entre 200 mil e 500 mil habitantes; e de R$ 1.150 para municípios com população superior a 500 mil habitantes.

Para delegados, peritos criminais e médicos do IML e para oficiais PM, o recebimento mínimo foi fixado em R$ 2.500.

Traição

O presidente do Sindicato dos Investigadores, João Rebouças, afirmou que a categoria foi traída pelo governo. Segundo ele, representantes das corporações se reuniram com secretários do governador Geraldo Alckmin (PSDB) na última quinta-feira e não obtiveram proposta. Na sexta-feira pela manhã, Alckmin anunciou o reajuste salarial.

"Estivemos no Palácio do Governo na quinta-feira e o governo disse que não tinha proposta e pediram para que aguardássemos que em 15 dias nos chamariam para conversar. Em menos de 24 horas, o governador anunciou o aumento para a imprensa. Fomos apunhalados pelas costas", disse.

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