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SuperVia pressiona funcionários a cumprir horários, diz sindicato
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CLARICE SPITZ
da Folha Online, no Rio
O Sindicato dos Ferroviários da Central do Brasil repudiou o relatório apresentado nesta segunda-feira pela SuperVia que apontou uma falha humana como causa do acidente entre dois trens que resultou na morte de oito pessoas e deixou 101 feridas, no último dia 30 de agosto, em Nova Iguaçu (Baixada Fluminense).
Para a comissão de investigação formada por funcionários da SuperVia, erros sucessivos do maquinista do trem que transportava centenas de passageiros e de um controlador levaram à colisão da composição com outra, vazia, entre as estações de Comendador Soares e Austin.
O presidente do sindicato, Valmir de Lemos, afirmou que os funcionários da concessionária são submetidos a pressões diárias para cumprir horários --entre as falhas apontadas pela comissão está o excesso de velocidade. O trem de passageiros se locomovia a 76 km/h, acima do máximo permitido de 60 km/h. "Eles [supervisores] fazem pressão para cumprir horário, põem documentação a velocidade 40 km/h e 50 km/h, mas internamente eles obrigam a fazer 70 km/h e 80 km/h para cumprir horário."
O presidente da SuperVia, Amin Murad, negou que existam exigências da concessionária nesse sentido e afirmou que funcionários já foram demitidos por conduzir acima da velocidade máxima permitida --60 km/h.
Falhas mecânicas
Segundo Lemos, o maquinista que conduzia o trem de passageiros era experiente e afirma que falhas mecânicas também podem ter ocasionado o acidente.
Ele afirma que o trem de passageiros tinha passado por inspeção havia 15 dias e apresentado problemas de freio. Ele afirma ainda que a via apresentava problemas. Como havia uma curva entre o semáforo ultrapassado pelo trem e a locomotiva estava acima da velocidade, não houve tempo de frear.
Lemos disse que os funcionários realizaram uma operação-padrão em todos os ramais nesta segunda-feira, sobretudo nos de Japeri e Belfort Rôxo, entre 4h e 9h. Neste período, os trens circularam com intervalos de 20 a 30 minutos. "A previsão é continuar amanhã [11]." A SuperVia diz desconhecer a suposta operação-padrão.
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