Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
13/07/2001 - 05h31

Secretário de Vias Públicas nega privilégio

Publicidade

da Folha de S.Paulo

O secretário de Vias Públicas, Walter Rasmussen Júnior, que até 24 de maio tinha sob sua responsabilidade também a área da atual Secretaria de Serviços e Obras, confirmou que foi funcionário da Intranscol S/A Coleta e Remoção de Resíduos, mas disse que não mantém nenhum vínculo com a empresa desde dezembro.

Rasmussen disse que não beneficiou a empresa e que foi o Limpurb o responsável pela contratação da Intranscol. Leia abaixo os principais trechos da entrevista.

Folha - Qual a sua ligação com a Intranscol?

Walter Rasmussen Júnior - Atualmente, nenhuma.

Folha - O senhor foi responsável técnico da empresa?

Rasmussen - Fui funcionário entre 1997 e 2000, como responsável técnico.

Folha - O que o senhor fazia?

Rasmussen - Como fui diretor em Diadema na área de limpeza pública, tenho um acervo técnico bastante interessante. Em 1997, quando saí da Prefeitura de Diadema, fui convidado para ser responsável técnico e aceitei. Eu era também funcionário da Prefeitura de Mauá e fiz um acordo porque a Intranscol não trabalhava para Mauá nem para nenhuma administração do PT. Não houve impedimento.

Folha - No currículo apresentado pela prefeitura não consta que o sr. trabalhou para essa empresa.

Rasmussen - Não sei. No que eu entreguei, constava. Isto aqui é cópia de minha Carteira Profissional [mostrando os documentos], com a data de minha saída, em 12 de dezembro. Isto é cópia do Imposto de Renda, onde constam os rendimentos que tive da empresa. É tudo transparente.

Folha - Quando a empresa participou da emergência de janeiro, citou-o como responsável técnico?

Rasmussen - Não. Sobre a emergência, há uma portaria [60/89] que delega ao diretor do Departamento de Limpeza a competência para fazer contratos emergenciais. O Limpurb, por meio de seu diretor, fez os contratos de emergência. A Intranscol era uma das empresas cadastradas na prefeitura e havia sido qualificada para a megalicitação do Pitta. Ela também trabalhou na época da Erundina. Nas gestões Maluf e Pitta não participou. Quando nós entramos, ela era uma das empresas que estava esperta, vamos dizer assim, para participar. O secretário apenas ratifica os atos do diretor [do Limpurb] depois que os procedimentos são executados. A Intranscol, na segunda licitação de emergência [em abril], que era mais interessante e envolvia coleta, especialidade da empresa, ficou fora porque não tinha atestados suficientes para a varrição. Ela entrou com processo administrativo, encaminhado para a prefeita, solicitando sua inclusão, mas, como não atendia às exigências, o Limpurb a desclassificou.

Folha - Como o senhor conciliava as duas funções?

Rasmussen - Meu horário na Prefeitura de Mauá era das 7h às 16h e, na Intranscol, das 16h30 às 19h. Responsável técnico avalia documentos e nos sábados eu fazia algumas vistorias.

Folha - A Intranscol prestava serviço para Diadema durante seu trabalho lá. O contrato já existia?

Rasmussen - Sim. Quando eu saí de Diadema, em dezembro de 1996, pagávamos R$ 26 por tonelada de lixo coletado. Em janeiro de 1997, com a nova administração [do PSB], passou a R$ 32.

Folha - O fato de o senhor ser ex-funcionário e secretário responsável pelo Limpurb não beneficiou a empresa?

Rasmussen - Não. Querer beneficiar uma empresa como a Intranscol num contrato de coleta de entulho porque o secretário foi funcionário é uma bobagem muito grande. Mas, como não poderia beneficiá-la, também não poderia prejudicá-la. Qualquer outra coisa é especulação.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade