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13/07/2001
-
19h24
FABIANA FUTEMA
da Folha Online
Mesmo depois de ter apanhado diversas vezes dos policiais militares, a CUT decidiu ajudar a categoria a organizar o movimento grevista deflagrado na Bahia. Além de lições sobre negociação e mobilização sindical, a central está "amenizando" o ânimo dos rebelados que pretendiam tomar atitudes mais radicais durante a greve, que entra hoje no décimo dia de paralisação.
"Essa situação é até curiosa. Há um mês estávamos apanhando dos policiais nas manifestações a favor da cassação do senador Antonio Carlos Magalhães. Mas oferecemos nossa ajuda até porque eles (policiais) não têm nenhuma prática em negociação salarial. O movimento deles não foi deflagrado por conscientização e sim por fome e bolso vazio", disse a vice-presidente da CUT da Bahia, Maria das Dores Loyola Bruni.
Pela Constituição, os policiais militares são proibidos de se organizar em sindicatos e fazer greves. A única representação que a categoria possui são as associações de cabos e soldados.
Para a sindicalista, a situação dos policias militares e civis da Bahia supera qualquer rancor. "A situação deles é terrível. Eles recebem um salário de fome. Ninguém pode viver com R$ 180 por mês."
Para ajudar os policias a se organizarem como movimento trabalhista, a CUT está oferecendo infra-estrutura e apoio técnico. Exemplo disso são as assembléias da categoria, que estão sendo realizadas na quadra do Sindicato dos Bancários de Salvador, entidade filiada à CUT.
A CUT também formou equipes para dar apoio nas áreas de infra-estrutura, negociação, jurídica, imprensa e alimentos.
Maria das Dores comanda a equipe de alimentos, encarregada de angariar alimentos para os 14 mil soldados que estão aquartelados.
"Em muitos quartéis, a alimentação já está acabando. Para evitar que os soldados passem fome e sejam obrigados a sair do quartel, estamos arranjando comida para eles. A fome seria uma maneira de enfraquecer o movimento dos policiais."
A sindicalista diz que a CUT precisou intervir em diversos quartéis, onde os ânimos dos rebelados estavam mais "exaltados". "Tivemos de acalmar muitos ânimos para evitar que ações mais radicais fossem tomadas."
A CUT espera que depois de terminada a greve, os policias deixem de bater nos manifestantes durante protestos. "Esperamos apenas que os policias sejam mais conscientes e politizados. Que as manifestações não sejam mais provocadas por motivo de fome."
Leia mais no especial sobre Polícia Rebelada
CUT ajuda policiais da Bahia a organizar movimento grevista
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da Folha Online
Mesmo depois de ter apanhado diversas vezes dos policiais militares, a CUT decidiu ajudar a categoria a organizar o movimento grevista deflagrado na Bahia. Além de lições sobre negociação e mobilização sindical, a central está "amenizando" o ânimo dos rebelados que pretendiam tomar atitudes mais radicais durante a greve, que entra hoje no décimo dia de paralisação.
"Essa situação é até curiosa. Há um mês estávamos apanhando dos policiais nas manifestações a favor da cassação do senador Antonio Carlos Magalhães. Mas oferecemos nossa ajuda até porque eles (policiais) não têm nenhuma prática em negociação salarial. O movimento deles não foi deflagrado por conscientização e sim por fome e bolso vazio", disse a vice-presidente da CUT da Bahia, Maria das Dores Loyola Bruni.
Pela Constituição, os policiais militares são proibidos de se organizar em sindicatos e fazer greves. A única representação que a categoria possui são as associações de cabos e soldados.
Para a sindicalista, a situação dos policias militares e civis da Bahia supera qualquer rancor. "A situação deles é terrível. Eles recebem um salário de fome. Ninguém pode viver com R$ 180 por mês."
Para ajudar os policias a se organizarem como movimento trabalhista, a CUT está oferecendo infra-estrutura e apoio técnico. Exemplo disso são as assembléias da categoria, que estão sendo realizadas na quadra do Sindicato dos Bancários de Salvador, entidade filiada à CUT.
A CUT também formou equipes para dar apoio nas áreas de infra-estrutura, negociação, jurídica, imprensa e alimentos.
Maria das Dores comanda a equipe de alimentos, encarregada de angariar alimentos para os 14 mil soldados que estão aquartelados.
"Em muitos quartéis, a alimentação já está acabando. Para evitar que os soldados passem fome e sejam obrigados a sair do quartel, estamos arranjando comida para eles. A fome seria uma maneira de enfraquecer o movimento dos policiais."
A sindicalista diz que a CUT precisou intervir em diversos quartéis, onde os ânimos dos rebelados estavam mais "exaltados". "Tivemos de acalmar muitos ânimos para evitar que ações mais radicais fossem tomadas."
A CUT espera que depois de terminada a greve, os policias deixem de bater nos manifestantes durante protestos. "Esperamos apenas que os policias sejam mais conscientes e politizados. Que as manifestações não sejam mais provocadas por motivo de fome."
Leia mais no especial sobre Polícia Rebelada
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