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19/07/2001 - 04h09

Para governador da Bahia, PMs participaram de saques

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da Agência Folha, em Salvador

Após enfrentar sua primeira greve de policiais, o governador da Bahia, César Borges (PFL), acusou grevistas de participar dos saques e defendeu que o Exército volte a inspecionar as PMs.

Até a Constituição de 88, havia uma inspetoria para controle de disciplina. Como foi criada durante o regime militar (1964-85) para monitorar o eventual arranjo de tropas estaduais hostis ao governo federal, a inspetoria foi extinta com a redemocratização.

Borges disse ter tirado uma lição da greve: "Existem policiais que não merecem vestir a farda".

Ele também anunciou que vai pagar o reajuste proposto (21%) aos PMs, que encerraram o movimento alegando que até dezembro iriam negociar novamente.
(LUIZ FRANCISCO)

Agência Folha - O que o sr. pretende fazer a partir de agora para se recuperar do desgaste?
César Borges -
Acho que a Bahia teve apenas um arranhão, mas nada com força para superar a imagem de um Estado bem administrado e que tem autoridade. Vamos intensificar o trabalho para captar mais visitantes à Bahia.

Agência Folha - E politicamente, como o sr. pretende se recuperar?
Borges -
Com muito trabalho e determinação. Outros governadores já enfrentaram crises semelhantes e deram a volta por cima.

Agência Folha - Por que tantos arrastões e saques ocorreram durante a greve?
Borges -
Houve uma ação deliberada de um grupo para implantar o terror na Bahia, para mostrar que a greve da PM tinha adesão total. Não acredito que a iniciativa dos saques e arrastões tenha partido do povo baiano, que é pacato e ordeiro. Havia, no movimento, muitos radicais, policiais que não merecem vestir a farda.

Agência Folha - O sr. pretende fazer uma reformulação na polícia?
Borges -
O assunto merece uma profunda reflexão por parte de todos os governadores. Em minha opinião, o Exército deveria voltar a inspecionar a PM, como fazia antes da Constituição de 88.

Agência Folha - Por que o sr. demorou tanto tempo para pedir ajuda ao Exército?
Borges -
Não houve demora. Até a última quinta-feira, quando os primeiros saques ocorreram, a greve estava sob controle. O presidente Fernando Henrique não mediu esforços para ajudar.

Agência Folha - Então, qual foi o motivo de o presidente demorar dois dias para liberar a presença no Exército nas ruas?
Borges -
A demora só aconteceu por questões burocráticas, mas FHC teve um comportamento exemplar durante a greve. Eu telefonei para agradecê-lo.

Agência Folha - O sr. e Antonio Carlos Magalhães trocaram informações durante a greve?
Borges -
Eu o ouço sempre. Na greve, não foi diferente.
 

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