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Para arcebispo, padre Júlio Lancelotti foi vítima de sua atividade
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da Folha de S.Paulo
O arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer, afirmou ontem que o padre Júlio Lancelotti foi vítima da atividade de risco que desempenha. Coordenador da Pastoral do Povo de Rua e um dos principais defensores dos direitos de jovens infratores, o padre acusa um ex-interno da extinta Febem (hoje Fundação Casa) de o ter extorquido, por quase três anos. Um suspeito está preso e outros três estão com a prisão decretada, mas ainda foragidos.
"Ele faz trabalho na área de risco, com pessoas em situação de risco e, portanto, uma área onde também esse tipo de fato pode acontecer", afirmou.
Dom Odilo disse que o padre Júlio tem o apoio da Arquidiocese de São Paulo. "Estou totalmente do lado do padre, seguro de que não há nada em relação àquilo que ele está sendo acusado, porque foi o próprio padre que levou o caso de chantagem à polícia", afirmou.
O arcebispo disse que o padre Júlio, ao dar dinheiro ao ex-interno da antiga Febem, estava apenas ajudando o jovem na sua recuperação social. "Depois, pouco a pouco, foi se tornando uma forma extorsiva."
Sobre o pagamento das prestações do financiamento de uma Pajero 2004, no valor de R$ 40 mil, para o ex-interno, o arcebispo foi mais cauteloso.
"Bem, o que vou dizer? Nem por isso não se configura numa forma de ajudar uma pessoa. Eu tenho confiança de que a polícia vai fazer o trabalho e o padre Júlio possa continuar o trabalho dele", disse.
Segundo o arcebispo, o padre vai continuar nas suas funções, sem sofrer qualquer tipo de apuração interna. "O caso está entregue à polícia. A investigação é em cima da extorsão. Não há outros fatos."
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