Aeronáutica investiga se turbina de jato que caiu em SP falhou

A Aeronáutica investiga se a turbina direita do Learjet falhou após o jato ter decolado do Campo de Marte, na zona norte de São Paulo. A suspeita dos militares é de que, com o motor direito inoperante e o esquerdo ativo, o avião tomou rumo errado --virou à direita em vez da esquerda- e atingiu imóveis da Casa Verde no domingo.

A hipótese de pane na turbina foi reforçada depois de os bombeiros localizarem o controle das manetes. A alavanca da direita estava posicionada para trás, o que indica que o seu motor estava inoperante. Já a da esquerda estava à frente, indicativo de que sua turbina estava operante.

Fontes da FAB admitem a possibilidade de o piloto ter recuado a manete para desligar o motor após ter percebido algum problema.

Com a turbina direita desligada e a esquerda funcionando como fonte propulsora, o avião teria guinado para o lado direito e perdido velocidade e altitude, caindo de bico nas casas. Especialistas afirmam que um Learjet pode voar apenas com um dos motores, mas, se um deles é desligado durante a decolagem, a situação pode se tornar crítica.

Testemunhas

Testemunhas ouvidas pela Polícia Civil, que apura a responsabilidade criminal pelo acidente, disseram ter ouvido forte barulho num dos motores antes da colisão. Outra afirmou que viu combustível (querosene) sair de uma das asas.

"Uns disseram que ouviram barulho no motor como se fosse a Esquadrilha da Fumaça", disse a delegada Elizabeth Sato, que já colheu o depoimento de mais de 20 pessoas.

O tenente-coronel da Aeronáutica Wagner Cyrillo, que investiga as causas do acidente, confirmou que as manetes serão analisadas, mas disse que a posição delas também pode ter sido alterada por conta do impacto da colisão. "O impacto foi tão forte que é possível que tenha movimentado as alavancas."

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