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17/08/2001
-
18h54
MARIO HUGO MONKEN
da Folha de S.Paulo, no Rio
A Polícia Civil do Rio suspeita que o assassinato de José Carlos Gregório, 52, o Gordo, um dos fundadores do Comando Vermelho, tenha relação com "queima de arquivo" ou guerra entre facções criminosas do Rio. A família de Gregório, que cumpria pena em regime semi-aberto, afirma que ele havia abandonado o tráfico de drogas.
Gordo foi encontrado morto com dez tiros de pistola na noite de ontem, na favela Coronel Leôncio, no bairro da Engenhoca, em Niterói (a 14 km do Rio).
Preso no final dos anos 80, Gordo foi condenado a 78 anos de prisão por assalto a banco, sequestro e roubo e passou por diversos presídios. Preso de bom comportamento, em 1995 foi beneficiado com o regime semi-aberto, deixou o complexo penitenciário de Bangu 1 (zona oeste) e foi para o Instituto Penal Edgard Costa, em Niterói. Na prisão, tornou-se evangélico e passou a participar de cultos _seguindo a mesmo trajetória de José Carlos dos Reis Encina, o Escadinha, outro fundador do Comando Vermelho.
Em entrevista à Folha em fevereiro, Gordo declarou que estava no "Comando de Jesus". Ele chegou a ser convidado para trabalhar como assessor parlamentar, no gabinete do vereador de São Gonçalo César Graça e Paz (PSDB). Recentemente, trabalhava como porteiro da Fundação Benção do Senhor, no centro de Niterói.
Segundo o delegado titular da 78ª DP (Fonseca), Anestor Magalhães, Gregório foi morto em um local totalmente diferente do trajeto que costuma fazer todos os dias do trabalho até a prisão. De acordo com o delegado, o tráfico na favela Coronel Venâncio é dominado pelo Terceiro Comando, facção rival do Comando Vermelho, o que seria um dos indícios de que sua morte teria ligação com conflitos entre quadrilhas.
Outra linha de investigação da polícia é de que Gordo teria sido morto por "queima de arquivo".
A suspeita se baseia nas circunstâncias do crime _ele estava dentro de seu carro e foi perseguido por dois homens que estavam em uma motocicleta_ e pelo fato dele saber muita coisa sobre o crime organizado no Rio.
Magalhães ouviu hoje os depoimentos da família de Gordo, além de seus companheiros de cela e da fundação evangélica onde trabalhava. Os depoimentos não tinham sido encerrados até o fechamento desta edição.
Gordo foi enterrado à tarde no cemitério do Irajá (zona norte). Não houve velório.
Ao lado de Escadinha, Roberto Lemgruber e Paulo Roberto Moura Lima, o Meio-Quilo, Gordo ajudou a fundar o Comando Vermelho no início dos anos 80, a partir do convívio com presos políticos no presídio de Ilha Grande (litoral sul fluminense). Ele organizou o resgate de Escadinha, que em 1985 fugiu da Ilha Grande de helicóptero.
Morte de fundador do CV no Rio pode ser "queima de arquivo"
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da Folha de S.Paulo, no Rio
A Polícia Civil do Rio suspeita que o assassinato de José Carlos Gregório, 52, o Gordo, um dos fundadores do Comando Vermelho, tenha relação com "queima de arquivo" ou guerra entre facções criminosas do Rio. A família de Gregório, que cumpria pena em regime semi-aberto, afirma que ele havia abandonado o tráfico de drogas.
Gordo foi encontrado morto com dez tiros de pistola na noite de ontem, na favela Coronel Leôncio, no bairro da Engenhoca, em Niterói (a 14 km do Rio).
Preso no final dos anos 80, Gordo foi condenado a 78 anos de prisão por assalto a banco, sequestro e roubo e passou por diversos presídios. Preso de bom comportamento, em 1995 foi beneficiado com o regime semi-aberto, deixou o complexo penitenciário de Bangu 1 (zona oeste) e foi para o Instituto Penal Edgard Costa, em Niterói. Na prisão, tornou-se evangélico e passou a participar de cultos _seguindo a mesmo trajetória de José Carlos dos Reis Encina, o Escadinha, outro fundador do Comando Vermelho.
Em entrevista à Folha em fevereiro, Gordo declarou que estava no "Comando de Jesus". Ele chegou a ser convidado para trabalhar como assessor parlamentar, no gabinete do vereador de São Gonçalo César Graça e Paz (PSDB). Recentemente, trabalhava como porteiro da Fundação Benção do Senhor, no centro de Niterói.
Segundo o delegado titular da 78ª DP (Fonseca), Anestor Magalhães, Gregório foi morto em um local totalmente diferente do trajeto que costuma fazer todos os dias do trabalho até a prisão. De acordo com o delegado, o tráfico na favela Coronel Venâncio é dominado pelo Terceiro Comando, facção rival do Comando Vermelho, o que seria um dos indícios de que sua morte teria ligação com conflitos entre quadrilhas.
Outra linha de investigação da polícia é de que Gordo teria sido morto por "queima de arquivo".
A suspeita se baseia nas circunstâncias do crime _ele estava dentro de seu carro e foi perseguido por dois homens que estavam em uma motocicleta_ e pelo fato dele saber muita coisa sobre o crime organizado no Rio.
Magalhães ouviu hoje os depoimentos da família de Gordo, além de seus companheiros de cela e da fundação evangélica onde trabalhava. Os depoimentos não tinham sido encerrados até o fechamento desta edição.
Gordo foi enterrado à tarde no cemitério do Irajá (zona norte). Não houve velório.
Ao lado de Escadinha, Roberto Lemgruber e Paulo Roberto Moura Lima, o Meio-Quilo, Gordo ajudou a fundar o Comando Vermelho no início dos anos 80, a partir do convívio com presos políticos no presídio de Ilha Grande (litoral sul fluminense). Ele organizou o resgate de Escadinha, que em 1985 fugiu da Ilha Grande de helicóptero.
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