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05/09/2001 - 03h12

Laudo levanta novas suspeitas sobre mortes de policiais

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SÉRGIO DURAN
da Folha de S. Paulo

A divisão de sindicância da Corregedoria da Polícia Civil não descarta a hipótese de que tenha ocorrido troca de tiros entre os próprios policiais, na operação para prender o sequestrador Fernando Dutra Pinto, no flat L'Etoile, em Barueri (Grande SP).

Durante a ação, que ocorreu na última quarta-feira, os investigadores Tamotsu Tamaki e Marcos Amorim Bezerra morreram, e Reginaldo Garuta Nardis foi baleado no ombro, sem gravidade.

A necropsia nas vítimas constatou que, dos nove tiros deflagrados contra Tamaki, sete foram pelas costas. Bezerra levou quatro, um deles na cabeça à queima-roupa. O exame indica que o cano da arma foi provavelmente encostado na cabeça do policial.

Tamaki levou, pelas costas, um tiro na nuca, três no braço esquerdo e três no tórax; pela frente, um no ombro direito e um na coxa direita. Bezerra levou um na cabeça, um no coração, um no peito e um na perna direita.

Para os delegados da Corregedoria Eduardo Ielo e Pedro Herbella Fernandes, o resultado da necropsia confunde ainda mais as investigações porque denota que possa ter ocorrido mais do que um tiroteio.

Os delegados pediram exame de balística para saber de que armas partiram os tiros que atingiram os policiais mortos. De acordo com Ielo, o resultado deve sair em aproximadamente 20 dias. Os delegados já solicitaram autorização judicial para ouvir o sequestrador Fernando Dutra Pinto.

De acordo com eles, os depoimentos colhidos até agora não conseguem esclarecer o que ocorreu no décimo andar do L'Etoile, e, além disso, não batem com o que declarou Nardis, o único policial sobrevivente do tiroteio.

Nardis afirmou à Corregedoria que os três investigadores tentaram imobilizar Fernando Pinto assim que o sequestrador saiu do elevador com Tamaki.

De acordo com os funcionários do flat, Tamaki e Fernando subiram ao décimo andar pelo elevador social. No entanto, os buracos de bala e projéteis foram achados no hall do elevador de serviço.

"Por essa e por outras razões, Nardis e Armando Bellio [delegado-titular do 91º Distrito Policial, responsável pela operação] terão de ser ouvidos novamente", afirmou Eduardo Ielo.

Ontem, foram ouvidos, na Corregedoria, duas escrivãs do 91º DP, além do chefe dos investigadores do distrito, Gilberto Neto. Os três apenas confirmaram a informação de que o dinheiro do resgate, cerca de R$ 464 mil, foi encaminhado para o 91º por volta das 15h. O tiroteio ocorreu aproximadamente às 17h30.

Eles disseram ainda que a bolsa com o dinheiro foi lacrada na frente de funcionários do flat. Na delegacia, foi contado e guardado.

Erro grave
A conclusão preliminar da sindicância aponta para erro grave dos policiais. O policial Nardis, por exemplo, chegou a dizer que foi para o flat com apenas dois projéteis em sua arma.

A investigação que está sendo feita pela Corregedoria restringe-se à conduta profissional deles.

A cada novo depoimento, as investigações ficam ainda mais confusas. Isso porque, segundo Ielo, as informações dos depoentes "não batem", principalmente em relação a horários.

A maior dúvida da Corregedoria é o fato de os policiais do 91º DP demorarem horas para avisar a Delegacia Anti-Sequestro (Deas) sobre a operação no flat.

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