06/09/2001 - 03h23

PMs ligam irmãos a sequestro relâmpago

GILMAR PENTEADO
da Folha de S. Paulo

Policiais militares de Cotia (Grande SP) reconheceram por fotografia Fernando e Esdras Dutra Pinto, sequestradores de Patrícia Abravanel, como os autores do roubo de um carro da PM e do sequestro relâmpago de um casal, ocorridos em abril passado.

Eles também estão sendo investigados por roubo de carro e assalto a supermercados e postos de gasolina. Antes do sequestro, Fernando tinha antecedente criminal só por porte ilegal de arma. Para a polícia, a dupla agiu na região pelo menos nos últimos dez meses.

Os PMs Reinaldo Pires de Jesus, 37, e João Yoshio Miyamoto, 38, reconheceram coletes à prova de bala encontrados em Itapevi na casa que seria base operacional da quadrilha -seus nomes estavam na parte interna dos coletes.

Os policiais disseram ao delegado Marcelo José do Prado, de Barueri, que desconfiaram de um carro parado próximo ao Mercado Municipal de Cotia, em abril.

Eram 2h, e os vidros estavam embaçados. No banco traseiro, um casal estava amarrado. Eles teriam sido então rendidos pelos irmãos. A dupla teria roubado armas, algemas e coletes e fugido no carro da PM, abandonado em Itapevi. Segundo os PMs, o casal no carro tinha sido sequestrado três horas e meia antes, em São Paulo.

No shopping Butantã, a dupla tentou sacar dinheiro e fazer compras. No Carrefour da Raposo Tavares, eles obrigaram o casal a assinar três ou quatro cheques de R$ 400. Fernando e Esdras estariam planejando assaltar um posto quando os PMs apareceram. O casal ainda não foi identificado. O inquérito irá para Cotia.

Em Itapevi, eles são investigados por dois roubos de carros (as vítimas têm medo de fazer a identificação oficial) e por dois assaltos a supermercados, ocorridos nos últimos quatro meses. O fato de Fernando ter trabalhado em um dos supermercados e de os assaltantes conhecerem o local (foram ao cofre com mais dinheiro) sustentam as suspeitas, apesar de o grupo estar com capuz.

Os cheques de um assalto a supermercado foram depositados na conta de uma mulher, cujo nome não foi divulgado. O delegado de Itapevi, Étori André Bonifácio, disse que não seria Luciana dos Santos Souza nem Tatiana Pereira da Silva, presas por participação no sequestro de Patrícia.

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