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19/02/2008 - 09h34

PMs são suspeitos em mais duas chacinas em São Paulo

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ANDRÉ CARAMANTE
da Folha de S.Paulo

PMs da zona norte de São Paulo são investigados pela corregedoria da corporação e pelo DHPP (departamento de homicídios), da Polícia Civil, por pelo menos outras duas chacinas --com nove mortes-- ocorridas em 2007 na região.

Com isso, sobe para cinco o número de homicídios múltiplos na zona norte em 2007 com a suspeita de participação de policiais militares da área. Ao todo, 23 pessoas foram mortas nos cinco atentados.

As duas novas chacinas com suspeita de participação de PMs aconteceram em áreas comandadas pelo coronel José Hermínio Rodrigues, 48, morto com seis tiros em 16 de janeiro. O coronel combatia grupos de extermínio supostamente formados por seus subordinados.

Um soldado da 2ª Companhia do 18º Batalhão teve prisão pedida à Justiça porque, segundo a polícia, participou da morte de três rapazes --Diego de Jesus Silva, Richard Oliveira Soares e Wagner-- na favela da Paz, bairro do Limão, no dia 31 de janeiro de 2007. As vítimas tinham entre 14 e 17 anos.

O crime, de acordo com a apuração da polícia, foi cometido porque traficantes da favela se recusaram a pagar propina ao PM do 18º Batalhão conhecido como Alemão.

No segundo caso existe a suspeita de que um PM da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), espécie de tropa de elite da Polícia Militar de São Paulo, participou do assassinato de seis jovens em um escadão do Jardim Elisa Maria.

O PM da Rota, já identificado, teria contado com a ajuda de um ex-PM, Vando Graciano Ferreira Duarte, já preso.

Dois PMs do serviço secreto do 18º Batalhão, que sempre trabalham sem farda e tentam se infiltrar em quadrilhas de criminosos, teriam sido os responsáveis por indicar aos assassinos o melhor momento para o ataque acontecido na noite de 1º de fevereiro de 2007. Além dos seis mortos, um sétimo jovem foi ferido.

Outras investigações

Nos outros três casos em investigação em que existem fortes indícios da participação de PMs, foram mortas 14 pessoas e duas ficaram feridas.

Numa dessas chacinas, em 29 de junho, seis jovens foram mortos na favela Morro do Piolho, na Vila Albertina. Uma arma usada nesse crime, uma pistola .380 mm, foi empregada no assassinato do coronel Rodrigues, segundo o IC (Instituto de Criminalística).

Outro caso ocorreu em 14 de janeiro, no Jardim Brasil. Por causa de um carro estacionado na rua onde vivia, segundo a polícia, o cabo da PM José Aparecido Ferreira teria mandado matar sua vizinha Vera Cristina Molina, 39, a filha dela, Tamires, 19, e Rafael da Rocha, 21, namorado da jovem.

O terceiro caso foi em 24 de maio. Quatro policiais militares do 18º Batalhão, todos eles presos no último sábado, são acusados de matar três pessoas em um bar do Jaraguá e, para encobrir as mortes, assassinar dois ex-detentos.

Na versão inicial dos PMs, os ex-detentos teriam cometido a chacina no bar e, ao serem perseguidos, acabaram mortos.

Os PMs só não contavam que um dos ex-detentos, o pintor Charles Wagner Felício, 32, tivesse usado seu celular para fotografar a si mesmo e ao amigo, Cleiton de Souza, 25, dentro do carro da própria PM.

Ontem, a polícia solicitou autorização da Justiça para que mais telefones residenciais e celulares de PMs que atuam na área do 5º, 9º, 18º e 43º batalhões sejam interceptados em busca de provas que possam ligá-los ao assassinato do coronel Rodrigues.

Outro lado

A Folha solicitou ontem um pronunciamento do comandante-geral da PM, coronel Roberto Antonio Diniz, sobre a suspeita de participação dos PMs em chacinas na zona norte de São Paulo. O pedido foi feito ao Setor de Comunicação Social da corporação, mas não foi atendido.

 

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