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Supervia é multada por acidente de trem em Nova Iguaçu; oito morreram
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LUISA BELCHIOR
Colaboração para a Folha Online, no Rio
A Supervia, concessionária das linhas ferroviárias da região metropolitana do Rio, foi multada por causa da colisão entre dois trens em agosto do ano passado. Oito pessoas morreram e 101 ficaram feridas no acidente, que aconteceu próximo à estação de Austin, em Nova Iguaçu, município da Baixada Fluminense.
A punição foi aplicada pela Agetransp, agência reguladora dos serviços ferroviários do Rio, e o valor é de 0,3% do faturamento da Supervia em 2006. A empresa disse que não vai divulgar seu faturamento.
A decisão da multa foi votada ontem em audiência da Agetransp, que já havia sido cancelada duas vezes, desde o fim do ano passado. Em nota, a Agetransp afirma que recomendou à Supervia criar um grupo de trabalho junto com membros da agência e do governo do Rio para implantar um mecanismo de controle de velocidade de trens automáticos, chamado de ATC (Automatic Train Control) e fazer um convênio com o Inmetro para aferições regulares do sistema de monitoramento da malha ferroviária da companhia.
A agência reguladora propõe ainda "um programa anual permanente de treinamento específico para todos os maquinistas e operadores" da Supervia.
A empresa afirmou ainda não ter recebido nenhum comunicado oficial sobre a infração mas disse que vai analisar as propostas da Agetransp após ser notificada.
Duas semanas depois do acidente, que aconteceu no dia 31 de agosto de 2007, a Supervia, em investigação interna, apontou como culpados pelo acidente o maquinista de um dos trens, Norival Ribeiro Nascimento, que, segundo a concessionária, estava acima da velocidade permitida no trecho da colisão, e o controlador Edson Assunção, que monitorava o movimentos dos trens na hora.
Em outubro, a Polícia Civil divulgou seu laudo sobre o caso, que também apontava falha humana como a causa do acidente.
Na época, o Sindicato dos Ferroviários da Central do Brasil denunciou que a Supervia pressiona os funcionários a ultrapassarem os limites de velocidade estabelecidos na malha ferroviária do Rio para cumprirem metas de horário. A Supervia negou.
Os dois acusados respondem o processo em liberdade, segundo seus advogados. O advogado do maquinista Norival Nascimento disse que seu cliente está até hoje recebendo tratamento psiquiátrico e ainda tem que tomar remédios por causa do acidente.
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