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Grupo de trabalho elenca 49 recomendações de segurança de vôo
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CLAYTON FREITAS
da Folha Online
Um grupo de trabalho coordenado pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), ligado à Aeronáutica, divulgou nesta quinta-feira 49 recomendações de segurança de vôo formuladas a partir de um encontro que reuniu 31 representantes dos governos federal, estadual e municipal, e empresas e entidades ligadas ao setor aéreo.
Segundo a Aeronáutica, o encontro, realizado na quarta-feira (27), teve o objetivo de estudar formas de ampliar a segurança de vôo tendo em vista a expectativa de ampliação do número de aeronaves e de movimentação de passageiros no país nos próximos anos.
Entre os itens estão a revisão da portaria que estabelece um período mínimo de permanência dos aviões no terminal de Congonhas (zona sul de São Paulo), sugestão à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) que estude a viabilidade de obrigar as aeronaves a instalar o TCAS (sigla para Traffic Allert and Collision Avoidance System), conhecido como sistema de alerta anticolisão, e aperfeiçoamento na infra-estrutura de aeroportos paulistas tais como os de Jundiaí, Bragança Paulista e Sorocaba, de modo a contarem com torre de controle. Esta última recomendação foi dada à Daesp (Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo).
Segundo o brigadeiro Jorge Kersul Filho, chefe do Cenipa, as recomendações de segurança não são obrigatórias. "Caberá aos órgãos envolvidos verificar se elas [recomendações] são aplicáveis e coerentes ou se não têm condições de serem aplicadas", afirmou.
Kersul Filho afirmou que cada recomendação recebeu um período para ser analisada, que vai de A (imediatamente), passando por B (em até três meses), e C (seis meses). Em sua maioria, as propostas sugerem estudos e análises que podem vir a resultar em possíveis mudanças. Não há um prazo determinado para que elas entrem em vigor, segundo o brigadeiro.
Uma nova reunião para avaliar os resultados do que foi feito a partir das sugestões deverá acontecer daqui a seis meses.
Crescimento
Segundo o chefe do Cenipa, a cidade de São Paulo foi escolhida para o encontro por dois motivos. O primeiro é o de concentrar em seu entorno três dos quatro aeroportos de maior movimento do país; Congonhas, Cumbica, em Guarulhos (Grande São Paulo), e Campo de Marte (zona norte). O segundo é o fato de deter a maior frota de helicópteros em circulação no país e a segunda maior do mundo.
Ainda segundo a Aeronáutica, o Estado concentra 55 empresas de aviação agrícola, 155 oficinas de manutenção de aeronaves, dez escolas de pilotos, 56 aeroclubes em atividade e detém 40% de toda a frota de aviões em circulação no país.
A tendência, segundo o brigadeiro Jorge Kersul Filho, chefe do Cenipa, é de um crescimento no número de helicópteros, aviões e passageiros.
Ele negou que a inédita reunião --que contou com representantes da Infraero (estatal que administra os aeroportos no país), empresas aéreas como TAM, Varig, OceanAir, GOL, e responsáveis por helipontos--, seja um forma de o órgão "lavar as mãos em caso de acidentes".
"Não há o "lavar as mãos". Se ocorrer um acidente, o Cenipa vai ser o primeiro a se penitenciar por não ter conseguido ser eficiente o suficiente para que ele acontecesse", disse.
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