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29/09/2001 - 04h28

Laudo aponta arma "estranha" em tiroteio no caso Silvio Santos

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ALESSANDRO SILVA
da Folha de S.Paulo

Uma outra arma, diferente das que a polícia apreendeu no flat L'Etoile, em Barueri (Grande SP), pode ter sido usada no local onde dois investigadores morreram tentando prender o sequestrador Fernando Dutra Pinto, 22.

A dúvida parte do laudo que o Instituto de Criminalística enviou à polícia: 2 dos 23 projéteis analisados se mostraram incompatíveis com as sete armas recolhidas no dia -três revólveres calibre 38, duas pistolas 380 e duas 45.

Até agora, a polícia conseguiu dizer que dos 13 tiros que mataram os policiais, cinco saíram da pistola 380 apresentada como sendo de Dutra Pinto. Não se sabe qual arma fez os outros disparos.

Na semana passada, laudo do IC sobre amostras de sangue apontou a presença de uma quinta pessoa no 10º andar do flat, fora os policiais Paulo Tamotsu Tamaki e Marcos Amorim Bezerra -mortos-, o agente Reginaldo Nardis, ferido, e o sequestrador.

Oficialmente, a polícia não dá informações sobre as investigações, por determinação da Secretaria da Segurança Pública, enquanto o inquérito não acabar.

A defesa de Dutra Pinto, que sequestrou a filha e o próprio Silvio Santos, prepara-se para utilizar esses detalhes para dizer que ele não matou os policiais. ""Isso reforça a tese de que havia uma outra arma, fora o fato de que existia outra pessoa lá no flat", disse a advogada Simone Badan Caparroz.

Indícios
O laudo diz que cada projétil da arma desconhecida pesa 10,4 g -detalhe que pode ajudar a identificar o tipo da arma utilizada.

Um cartucho intacto é dividido em duas partes: o estojo e o projétil -a ponta de chumbo que atinge o alvo. Foi esse segundo compartimento que o IC estudou.

Três peritos, a pedido da Folha, analisaram essas especificações e disseram o mesmo. ""Se for projétil de pistola, provavelmente saiu de uma pistola ponto 40. Se for de revólver, sugere um 357", disse ontem Domingos Tocchetto, 58, autor do livro ""Balística Forense: Aspectos Técnicos e Jurídicos".

Um projétil dessas armas, citadas por ele, pesa 11,7 g. Como foi deflagrado, pode ter perdido massa e, por isso, pesaria 10,4 g.
A dúvida se o disparo saiu de pistola ou revólver não é esclarecida pelo IC. O projétil sofreu deformação. ""Não se pode chegar a algum resultado conclusivo", diz.

A polícia tem pistolas ponto 40, de uso das Forças Armadas. O revólver pode ser usado por civis.

No flat, após o tiroteio, a polícia apreendeu dois cartuchos íntegros de munição 357 -do tipo de arma sugerida pelos peritos.

Após um mês da morte dos policiais, ainda não se sabe o que aconteceu no flat. Dutra Pinto ainda nem foi indiciado no caso.

Na próxima quarta-feira, ele será ouvido pela Justiça, na capital.
Relatório da Corregedoria da Polícia Civil, enviado ao Conselho da Polícia Civil, levantou suspeitas sobre a ação policial no flat.

O documento diz que ""do bolso dos policiais mortos, bem como no quarto onde foi encontrado o sobrevivente, fora vista grande quantia em dinheiro". Eles tinham apreendido R$ 464 mil dos R$ 500 mil do resgate pago.

O agente policial Nardis negou ontem à Folha que houvesse dinheiro com ele e com os outros policiais e a presença de uma quinta pessoa no flat.
Em seu depoimento à polícia, Nardis afirmou ter visto uma terceira arma com Dutra Pinto, uma pistola, quando a equipe tentou prendê-lo no 10º andar.

Essa arma nunca apareceu, assim como uma pistola 380 de um dos policiais assassinado.

Carta
A Secretaria Estadual de Segurança Pública divulgou ontem a carta enviada por Dutra Pinto à família de Patrícia Abravanel. Na carta, assinada por "Missionários da Paz" e que chama Silvio de "patrão", o grupo pede U$ 2 milhões de resgate. Segundo a secretaria, Silvio Santos teria pago R$ 500 mil aos sequestradores.

Leia mais sobre o caso Silvio Santos
 

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