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29/09/2001
-
04h28
da Folha de S.Paulo
Exames de corpo de delito constataram que 65 dos 111 internos na unidade educacional 27 da Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor) da rodovia Raposo Tavares (zona oeste de SP) apresentam escoriações, hematomas e queimaduras.
Na avaliação dos promotores da Infância e Juventude do Estado de São Paulo, os laudos comprovam que os adolescentes sofreram maus-tratos dos
monitores.
"Os resultados confirmam a denúncia feita na última terça-feira por cerca de 20 mães de internos", afirma Ariel de Castro Alves, representante da Comissão de Direitos Humanos da OAB, entidade que encaminhou a queixa dos parentes à Promotoria.
De acordo com a denúncia, na madrugada da sexta-feira, dia 21, cerca de 15 monitores entraram na unidade 27, espancaram os menores com tacos de beisebol e pedaços de pau e fizeram disparos de spray de pimenta contra os internos, causando-lhes queimaduras no rosto.
As mães ficaram sabendo do acontecido durante a visita, no domingo, dia 23, que, segundo elas, foi mais curta que o usual e vigiada pelos monitores.
Na quarta-feira passada, os promotores Ebenézer Salgado Soares, Sueli Riviera e Wilson Tafner estiveram na Febem da Raposo Tavares, acompanhados por um médico legista, que examinou os menores da unidade 27. Foram tiradas fotos das lesões.
A Promotoria localizou e ouviu ainda outros três internos da mesma unidade que haviam sido transferidos depois do ocorrido para a Febem de Parelheiros, na zona sul da cidade.
Segundo o promotor Ebenézer Soares, esses menores estavam ainda em pior estado que os demais. "Eles foram transferidos nos moldes da ditadura, para não serem encontrados e não terem constatados os maus-tratos."
A Promotoria já começou a ouvir também os funcionários da Febem Raposo Tavares. Soares diz que esse foi o segundo incidente envolvendo supostos maus-tratos na unidade em menos de um ano -o primeiro teria ocorrido em novembro de 2000.
Outro lado
Quando foi informada das denúncias de espancamento, a Febem admitiu que houve confronto entre menores e monitores, mas afirmou não saber de agressões com pedaços de pau nem com spray de pimenta.
Ontem, a assessoria de imprensa da fundação informou que já havia sido aberta uma sindicância interna para investigar o caso e que, se forem constatados abusos, os envolvidos serão punidos. Disse também que a Febem só vai comentar os laudos médicos quando tiver os documentos em mãos.
Assim que terminarem de ouvir funcionários e internos os promotores da Infância e da Juventude irão encaminhar cópias do requerimento para a Justiça, para a Febem e para a Vara da Infância e da Juventude, a fim de que sejam aplicadas as punições cabíveis.
Leia mais sobre a Febem
Exames comprovam lesões em internos de unidade da Febem
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Exames de corpo de delito constataram que 65 dos 111 internos na unidade educacional 27 da Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor) da rodovia Raposo Tavares (zona oeste de SP) apresentam escoriações, hematomas e queimaduras.
Na avaliação dos promotores da Infância e Juventude do Estado de São Paulo, os laudos comprovam que os adolescentes sofreram maus-tratos dos
monitores.
"Os resultados confirmam a denúncia feita na última terça-feira por cerca de 20 mães de internos", afirma Ariel de Castro Alves, representante da Comissão de Direitos Humanos da OAB, entidade que encaminhou a queixa dos parentes à Promotoria.
De acordo com a denúncia, na madrugada da sexta-feira, dia 21, cerca de 15 monitores entraram na unidade 27, espancaram os menores com tacos de beisebol e pedaços de pau e fizeram disparos de spray de pimenta contra os internos, causando-lhes queimaduras no rosto.
As mães ficaram sabendo do acontecido durante a visita, no domingo, dia 23, que, segundo elas, foi mais curta que o usual e vigiada pelos monitores.
Na quarta-feira passada, os promotores Ebenézer Salgado Soares, Sueli Riviera e Wilson Tafner estiveram na Febem da Raposo Tavares, acompanhados por um médico legista, que examinou os menores da unidade 27. Foram tiradas fotos das lesões.
A Promotoria localizou e ouviu ainda outros três internos da mesma unidade que haviam sido transferidos depois do ocorrido para a Febem de Parelheiros, na zona sul da cidade.
Segundo o promotor Ebenézer Soares, esses menores estavam ainda em pior estado que os demais. "Eles foram transferidos nos moldes da ditadura, para não serem encontrados e não terem constatados os maus-tratos."
A Promotoria já começou a ouvir também os funcionários da Febem Raposo Tavares. Soares diz que esse foi o segundo incidente envolvendo supostos maus-tratos na unidade em menos de um ano -o primeiro teria ocorrido em novembro de 2000.
Outro lado
Quando foi informada das denúncias de espancamento, a Febem admitiu que houve confronto entre menores e monitores, mas afirmou não saber de agressões com pedaços de pau nem com spray de pimenta.
Ontem, a assessoria de imprensa da fundação informou que já havia sido aberta uma sindicância interna para investigar o caso e que, se forem constatados abusos, os envolvidos serão punidos. Disse também que a Febem só vai comentar os laudos médicos quando tiver os documentos em mãos.
Assim que terminarem de ouvir funcionários e internos os promotores da Infância e da Juventude irão encaminhar cópias do requerimento para a Justiça, para a Febem e para a Vara da Infância e da Juventude, a fim de que sejam aplicadas as punições cabíveis.
Leia mais sobre a Febem
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