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08/10/2001
-
12h25
LÉO GERCHMANN
da Agência Folha, em Porto Alegre
e da Folha Online
Um ciclone com ventos de até 120 quilômetros por hora atingiu, na madrugada de hoje, o Rio Grande do Sul causando duas mortes e danos materiais em todo o Estado.
João Peterson Ávila, 18, e sua namorada, Josiane Lopes da Silva, 23, morreram no município de Rio Grande (310 km de Porto Alegre) depois que um muro de quatro metros de um pátio automotivo, no porto de Rio Grande, desabou sobre a casa onde eles estavam e sobre outros casebres no bairro Getúlio Vargas. A mãe de Peterson, Laureci Ávila, 46, que também estava no local, quebrou a perna esquerda.
Segundo meteorologistas, o Estado foi atingido por um ciclone subtropical, comum nesta época do ano. A velocidade do vento variou de cidade para cidade no Rio Grande do Sul.
As ondas do mar que banha o litoral sul gaúcho chegaram a cerca de 4 metros de altura. A Lagoa dos Patos teve ondas de 1 metro.
A previsão da meteorologia é de que os ventos, formados no oceano Atlântico, podem voltar, em menor intensidade, durante a madrugada desta terça-feira. Há nova formação do fenômeno no Uruguai, quase na divisa com a Argentina.
Houve estragos em diversos municípios, especialmente da região sul do Estado. Além de Rio Grande, Capão do Leão, Arroio do Padre, Morro Redondo e Canguçu foram fortemente afetados, com várias famílias desabrigadas.
Em Pelotas, onde o vento chegou a 105 quilômetros por hora, 3.000 pessoas ficaram ilhadas na colônia de pescadores Z-3. Na praia de Laranjal, as ondas avançaram seis quadras (cerca de 600 metros) para dentro da área urbana.
A Prefeitura de Rio Grande decretou estado de calamidade pública em razão dos estragos causados pelo temporal desta madrugada. Sobem, assim, para dois os municípios nessa situação. Na semana passada, Encantado decretou calamidade pública depois das chuvas que castigaram o Estado.
As ilhas dos Marinheiros e Tarotama, em Rio Grande, estão isoladas. Também não há como chegar a São José do Norte, cujo acesso é feito por meio de lanchas ou balsas. Não há como navegar em embarcações de pequeno e médio porte. Até o fim da tarde, havia falta de energia em vários pontos da cidade.
No Rio Grande do Sul, já há 51 municípios em situação de emergência.
Os ventos atingiram Porto Alegre também com força, mas os danos foram materiais. Houve queda de postes e árvores sobre a fiação, o que causou cortes de luz. Os pontos mais atingidos se concentram na zona sul da cidade.
Outras mortes
Na última sexta, as mortes resultantes das fortes chuvas ocorridas no início da semana passada ainda eram contabilizadas no Rio Grande do Sul.
Chegou a seis o número de mortes no Estado e a 50 o de cidades em situação de emergência. Os últimos corpos encontrados até sexta foram os de Júlio Saraiva Vivial, 28, em Bagé, e o de um homem aparentando 40 anos em Lajeado. No caso de Vivial, seu corpo estava no meio de dois riachos.
Antes dessas mortes, já haviam sido registradas as de Décio Schmidt, em Arroio do Meio, Eugênio Krueger, em Colinas, Clóvis dos Santos, 31, em Santa Cruz do Sul, e do taxista Silmo Schwambach, em Lajeado.
Ventos de 120 km/h atingem Sul do país e matam duas pessoas
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da Agência Folha, em Porto Alegre
e da Folha Online
Um ciclone com ventos de até 120 quilômetros por hora atingiu, na madrugada de hoje, o Rio Grande do Sul causando duas mortes e danos materiais em todo o Estado.
João Peterson Ávila, 18, e sua namorada, Josiane Lopes da Silva, 23, morreram no município de Rio Grande (310 km de Porto Alegre) depois que um muro de quatro metros de um pátio automotivo, no porto de Rio Grande, desabou sobre a casa onde eles estavam e sobre outros casebres no bairro Getúlio Vargas. A mãe de Peterson, Laureci Ávila, 46, que também estava no local, quebrou a perna esquerda.
Segundo meteorologistas, o Estado foi atingido por um ciclone subtropical, comum nesta época do ano. A velocidade do vento variou de cidade para cidade no Rio Grande do Sul.
As ondas do mar que banha o litoral sul gaúcho chegaram a cerca de 4 metros de altura. A Lagoa dos Patos teve ondas de 1 metro.
A previsão da meteorologia é de que os ventos, formados no oceano Atlântico, podem voltar, em menor intensidade, durante a madrugada desta terça-feira. Há nova formação do fenômeno no Uruguai, quase na divisa com a Argentina.
Houve estragos em diversos municípios, especialmente da região sul do Estado. Além de Rio Grande, Capão do Leão, Arroio do Padre, Morro Redondo e Canguçu foram fortemente afetados, com várias famílias desabrigadas.
Em Pelotas, onde o vento chegou a 105 quilômetros por hora, 3.000 pessoas ficaram ilhadas na colônia de pescadores Z-3. Na praia de Laranjal, as ondas avançaram seis quadras (cerca de 600 metros) para dentro da área urbana.
A Prefeitura de Rio Grande decretou estado de calamidade pública em razão dos estragos causados pelo temporal desta madrugada. Sobem, assim, para dois os municípios nessa situação. Na semana passada, Encantado decretou calamidade pública depois das chuvas que castigaram o Estado.
As ilhas dos Marinheiros e Tarotama, em Rio Grande, estão isoladas. Também não há como chegar a São José do Norte, cujo acesso é feito por meio de lanchas ou balsas. Não há como navegar em embarcações de pequeno e médio porte. Até o fim da tarde, havia falta de energia em vários pontos da cidade.
No Rio Grande do Sul, já há 51 municípios em situação de emergência.
Os ventos atingiram Porto Alegre também com força, mas os danos foram materiais. Houve queda de postes e árvores sobre a fiação, o que causou cortes de luz. Os pontos mais atingidos se concentram na zona sul da cidade.
Outras mortes
Na última sexta, as mortes resultantes das fortes chuvas ocorridas no início da semana passada ainda eram contabilizadas no Rio Grande do Sul.
Chegou a seis o número de mortes no Estado e a 50 o de cidades em situação de emergência. Os últimos corpos encontrados até sexta foram os de Júlio Saraiva Vivial, 28, em Bagé, e o de um homem aparentando 40 anos em Lajeado. No caso de Vivial, seu corpo estava no meio de dois riachos.
Antes dessas mortes, já haviam sido registradas as de Décio Schmidt, em Arroio do Meio, Eugênio Krueger, em Colinas, Clóvis dos Santos, 31, em Santa Cruz do Sul, e do taxista Silmo Schwambach, em Lajeado.
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