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07/05/2008 - 03h58

Ministro descarta criação de vacina contra dengue nos próximos cinco anos

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da Agência Brasil, em Brasília
da Folha Online

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, descartou a possibilidade de criação de uma vacina contra a dengue nos próximos cinco a dez anos no país.

Segundo ele, vários grupos de pesquisadores de instituições como a USP (Universidade de São Paulo) e Fiocruz (Fundação Osvaldo Cruz), e também de empresas, vêm trabalhando no desenvolvimento da vacina, mas ainda não há perspectivas de resultados imediatos.

"Não teremos vacinas no próximos cinco a dez anos", reforçou o ministro. Segundo Temporão, "a vacina é complexa porque tem que proteger dos quatro sorotipos ao mesmo tempo. Ou seja, você tem que ter numa única vacina quatro antígenos. Eles têm que se integrar, ter estabilidade e dar uma reposta imunológica importante. Por isso, é tão complicado", explicou."

Na semana passada, Temporão afirmou que o Brasil "perdeu a guerra" contra a dengue nos dez últimos anos e que, agora, terá que conviver com a epidemia da doença por "muitos e muitos anos".

"Com certeza [a epidemia] não acaba tão cedo", disse o ministro. "É uma questão de muitos e muitos anos que o Brasil vai ter que conviver com a dengue e com essa situação."

De acordo com o ministro, para 2009, o Ministério da Saúde trabalha com a possibilidade de ocorrer, nas regiões Nordeste, Norte e em parte do Sudeste, situação tão crítica quanto a verificada atualmente no Rio.

"Em 1990, tínhamos 1.700 municípios com a presença do mosquito [Aedes aegypti], hoje, nós temos 4.000", declarou Temporão. "Nós, em dez anos, perdemos a guerra. Agora, vamos ter que trabalhar muito duro, apostando inclusive no surgimento de uma vacina."

Vacina

Para o ministro, só a descoberta de uma vacina permitirá o controle efetivo da doença no país. "Entre cinco e dez anos é possível que nós tenhamos essa vacina", estimou.

"Aí, seria a solução definitiva." Enquanto o medicamento não é descoberto, Temporão disse que o governo trabalhará para "minimizar as mortes e o número de casos".

O ministro também se queixou da suposta falta de empenho da população no combate à dengue. "Está faltando mobilização, levantar a bunda da cadeira e trabalhar", disse ele. O ano eleitoral é outro assunto que o preocupa. "Há um risco de desmobilização por questões políticas", afirmou.

O Ministério da Saúde também divulgou números atualizados sobre a dengue no país. Foram 230.829 casos notificados de janeiro a abril deste ano, ante 258.795 casos no mesmo período de 2007 --uma queda de 10,8%. Na região Nordeste, as notificações de casos cresceram 30,5% no período, de 41.506 para 54.180 casos.

Curto prazo

Para ele, a inviabilidade da vacina a curto prazo mostra que, em vez de acreditar em "fantasias", é preciso de trabalhar cada vez mais para reduzir a infestação pelo mosquito Aedes aegypti.

Para o ministro, três dimensões precisam ser contemplados para combater a dengue. A primeira delas está ligada a questões estruturais das cidades que inviabilizam a atuação adequada do cidadão, como a falta de gestão do lixo e de abastecimento de água.

Segundo ele, há no país 18 milhões de pessoas sem água encanada vivendo em áreas urbanas e mesmo onde existe abastecimento. A situação acaba forçando-as a acumular água em recipientes e reservatórios, que correm o risco de se tornarem criadouros de mosquitos.

Além disso, mais de 63% dos municípios brasileiros mantêm lixões que favorecem o acúmulo de água em meio aos entulhos e detritos. "É preciso ações coordenadas numa política intersetorial que enfrente a questão do lixo e da oferta irregular de água", defendeu.

Em segundo lugar, o ministro apontou a educação, conscientização e mobilização de todos em ações mensais nos municípios para detectar focos potenciais de proliferação do mosquito e limpar a cidade.

Por último, Temporão apontou o papel do sistema de saúde. "Se tudo falhar e a doença chegar, o sistema de saúde tem que dar conta estar organizado adequadamente, com uma rede de atenção primária forte, para evitar o óbito".

Comentários dos leitores
Claudio Rocha (432) 01/02/2010 13h36
Claudio Rocha (432) 01/02/2010 13h36
O Que esta derrubando o governo no PSDB nas pesquisas? É que vendo o estado que se encontra São Paulo volta a lembrança do povo brasileiro o como se encontrava o Brasil ao final da gestão deste grupo politico . Vendo a situação de impotencia e abandono no qual se encontra familias nos bairros inundados a mais de 40 dias volta a lembrança a frieza deste grupo politico diante do sofrimento dos mais pobres. Parece que o psdb não gosta mesmo de gente pobre, não se vê um vereador, um deputado, o governador e o prefeito quando fala ainda por cima culpa o proprio povo, Deus, efeito estufa e o povo continua debaixo dagua e o problema daquela gente não se resolve.É isso que esta derrubando o partido nas pesquisas, ou alguem duvida disso? Governante pra dar somente pesames, não precisa sem opinião
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Claudio Rocha (432) 29/01/2010 20h15
Claudio Rocha (432) 29/01/2010 20h15
Na idade média ja se construia Barragem pelo conhecimento que os rios se não contidos em certas epocas do ano inundam as cidades. Essa de culpar escesso de chuvas, efeito estufa ou a população é algo que nos paulistas merecemos ouvir. Com aceitação deste fatalismo, nos finais de ano, a partir de agora, saimos da cidade e deixamos a agua tomar conta, pois o efeito estufa é algo que veio pra ficar. SP uma cidade que esta feia e uma cidade triste. sem opinião
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carla kroll (1) 08/01/2010 18h02
carla kroll (1) 08/01/2010 18h02
Há muito tempo venho afirmando que a dengue somente seria bem controlada se os proprietários de imóveis com focos do mosquito fossem multados. Infelizmente os brasileiros são assim, só mudam comportamentos quando mexem no bolso ( lembram-se do cinto de segurança? Só passou a ser usado efetivamente quando houve multa).
Essa epidemia já está aí há mais de 25 anos, está mais do que na hora de responsabilizar quem não faz a sua parte!
3 opiniões
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