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Advogados do casal Nardoni pedem anulação de despacho que prendeu casal
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GABRIELA MANZINI
da Folha Online
Os advogados do casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, pai e madrasta da menina Isabella, pediram nesta sexta-feira ao Tribunal de Justiça de São Paulo que o acolhimento da denúncia contra eles seja anulado.
A menina, de 5 anos, morreu em 29 de março, depois de ser jogada do apartamento do casal, localizado no sexto andar de um prédio na zona norte de São Paulo.
O pedido de anulação está no habeas corpus protocolado hoje. Além da anulação do acolhimento, os advogados pedem também a liberdade dos acusados.
No texto do documento, a defesa alega que o juiz Maurício Fossen, que aceitou a denúncia e decretou a prisão preventiva de Alexandre e Anna Carolina, realizou um pré-julgamento do mérito do caso. "O juiz deve identificar a justa causa da ação penal, não deve descer ao mérito", diz Marco Polo Levorin, um dos advogados do casal.
A defesa se refere aos adjetivos usados pelo juiz quando ordenou a prisão. No despacho que mandou Nardoni e a mulher de volta para a cadeia, Fossen escreveu que eles são "pessoas desprovidas de sensibilidade moral e sem um mínimo de compaixão humana, ainda mais em se tratando do fato de que a vítima seria filha de um deles e enteada do outro".
Levorin argumenta ainda que a prisão foi fundamentada apenas na gravidade e na repercussão do caso. Para a defesa, nenhum dos motivos apresentados é suficiente para manter os dois presos. O pai de Alexandre, também advogado, disse que Fossen levou a decisão "para o lado emotivo".
Para o promotor Francisco Cembranelli, Isabella foi asfixiada pela madrasta e jogada do apartamento pelo pai. Na denúncia, entregue terça-feira (6) à Justiça, Cembranelli também responsabiliza o casal por fraude processual --por ter alterado a cena do crime.
Na cadeia
Alexandre e Anna Carolina foram hostilizados pelos presos que estavam nas mesmas carceragens que eles. Ambos estão em celas individuais.
O pai da menina ocupa uma cela do 13º DP (Casa Verde, zona norte), onde há celas para homens com curso superior completo. Ele passou a quinta-feira isolado e, no mesmo dia, chegou a ser colocado com outros presos. Nesta sexta, no entanto, após ser hostilizado, foi novamente colocado em cela individual.
Anna Carolina, após ser presa, foi levada para a carceragem feminina do 97º DP (Americanópolis, zona sul). Ela passou a madrugada de quinta-feira sozinha e, pela manhã, foi transferida para a Penitenciária Feminina de São Paulo (zona norte), onde também ficou distante das outras presas. Houve protestos e, à noite, a madrasta da menina foi levada para a penitenciária de Tremembé (147 km de São Paulo). Na unidade também está Suzane von Richthofen, condenada pela morte dos pais, em 2002.
Visita
Antonio Nardoni visitou o filho na carceragem do 13º DP nesta sexta-feira e disse estar confiante que a Justiça conceda um habeas corpus para o casal.
"Mantenho minha postura de confiança no Tribunal [de Justiça]. Se eles [desembargadores] realmente apreciarem o pedido tecnicamente, eu tenho absoluta certeza na revogação da prisão", afirmou Antonio.
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